
Atento@Home é o irmão gêmeo do Stefanini@Home
A Atento anunciou na semana ada o Atento@Home, uma solução para funcionários de center em home office que lembra muito (até no nome), o Stefanini@Home, uma oferta lançada pela Stefanini que gerou muita polêmica e atualmente está sendo “repensada” pela gigante brasileira.
O Atento@Home tem as mesmas funcionalidades de segurança e controle de o do Stefanini@Home, com uma grande diferença: a solução adotada pela Atento não está concretizada em uma cabine dentro da qual o funcionário deve trabalhar em casa.
Procuradas, Atento e Stefanini disseram que os dois produtos não têm relação.
Tanto o Atento@Home como o Stefanini@Home são pacotes de diferentes soluções, orientados para assegurar segurança de dados e controle de produtividade para os funcionários de call center trabalhando em casa.
O que começou como uma medida emergencial por causa do coronavírus (só a Atento mandou 60 mil funcionários para o home office) está se tornando uma oportunidade de negócios, na medida em que muitas empresas de call center se dão conta da possibilidade de reduzir custos de maneira permanente com o “novo normal”.
“Em um momento em que manter a boa experiência do cliente é mais desafiador do que nunca, o fato de os negócios dos nossos clientes não terem sido prejudicados, mas sim melhorados por este ambiente de trabalho virtual, é uma prova da eficiência do Atento@Home", comemora Silvio Mendonca, CIO Global da Atento.
O Stefanini@Home seria um produto com potencial para atingir milhares de centers sem os recursos tecnológicos da Atento, uma das maiores empresas do segmento no mundo com 150 mil funcionários e ações na bolsa de Nova Iorque.
O motivo pelo qual o Atento@Home é um sucesso e o Stefanini@Home gerou uma crise de comunicação e está engavetado pela Stefanini se concentra em uma cabine de 1,6 metro de profundidade, 1 metro de largura e 2,2 metros de altura (mais ou menos o dobro de um assento de classe econômica).
Isso porque as soluções empacotadas no Stefanini@Home seriam entregues na casa do colaborador por meio desse móvel, dentro do qual os funcionários deveriam trabalhar.
Menos de 50 unidades chegaram a ser instaladas, mas, quando a Stefanini fez uma divulgação do novo produto, o móvel despertou uma tempestade de críticas, uma parte delas na própria caixa de comentários do Baguete.
De acordo com a divulgação da Stefanini na época, com direito a citações entusiasmadas do fundador, Marco Stefanini, os benefícios seriam “privacidade instantânea, eliminação de ruídos, além de um ambiente de trabalho funcional e ergonômico”.
Os críticos viram algo completamente diferente: "Muito sem noção, fora que esta coisa de home office está excedendo limites, de hora, de invasão de privacidade, fora o que as empresas não estão ganhando com suas economias e no nosso bolso NADA!", aponta um comentário típico no Baguete. "Du caramba! Acabou a vagabundagem em casa! Home office de fato vai virar trabalho sério! Dá ao entrar e ao sair! Fantástico", ironizou outro leitor.
No meio disso tudo, a Stefanini decidiu “repensar” o Stefanini@Home, segundo disse ao Baguete o Rodrigo Pádua, VP Global de Gente e Cultura da Stefanini.
“Era um MVP”, disse Pádua, usando a sigla em inglês para “produto mínimo viável”, uma das favoritas no jargão das startups. “É o modelo digital. Lançamos o produto, estamos atentos para ouvir e aprender”, aponta o executivo.
O Stefanini@Home parece ter se tornado um símbolo sobre o qual muitos profissionais projetaram as suas insatisfações com o home office no presente e seus temores sobre sua situação no futuro.
Com uma cabine a menos, é um produto como qualquer outro.