
João Kepler, CEO e fundador da Bossanova.
O fundo de investimentos Bossanova acaba de adquirir a plataforma de equity crowdfunding Platta.
Não foi revelado o valor da aquisição. A Platta é comandada desde o ano ado por Ricardo Moraes Filho, um dos fundadores da corretora online Rico.
As plataformas de equity crowdfunding, nas quais startups podem captar aportes oriundos de dezenas de investidores, são um negócio em alta no Brasil, com cerca de 50 competidores no mercado.
A Platta é uma plataforma de médio porte, com R$ 2,3 milhões no ano ado. A título de comparação, a CapTable levantou R$ 49,56 milhões no mesmo período, o que é quase 40% do volume total.
De todas maneiras, o mercado é recente e tem crescido de maneira acelerada.
Em 2017, quando a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) regulamentou o equity crowdfunding, existiam apenas cinco plataformas ativas no mercado.
Desde então, o volume de captação de recursos pelo modelo cresceu 1.366% em quatro anos, segundo dados da CVM.
No primeiro ano, o montante total de captação correspondia a R$ 12,8 milhões. Em 2021, saltou para R$ 188 milhões.
Em julho, a CVM afrouxou as regras, triplicando o volume máximo dos aportes para R$ 15 milhões e quadruplicando o tamanho máximo da startup fazendo a captação para R$ 40 milhões de receita bruta anual.
Para a Bossanova, que já fez 1,5 mil investimentos na última década, incluindo em nomes como Rappi, Melhor Envio e Kinvo, ter a sua própria plataforma é uma maneira de turbinar e acelerar os seus aportes.
Até agora, a Bossanova usava plataformas parceiras para atrair investidores para as suas startups. O problema era ter que entrar na fila das plataformas, que têm a sua própria programação de lançamentos.
O plano, agora, é dar aos investidores o a uma curadoria de investimento, concentrando em um único canal todo o recurso que a startup precisa.
“Hoje, co-investimos muitas vezes junto a outros fundos e VCs, porque a startup precisa completar o cheque da rodada. Com o formato de mini IPO, encurtaremos esse caminho de captação”, afirna João Kepler, CEO e fundador da Bossanova.
Para a Platta, a venda abre as portas para o ecossistema Bossanova, que inclui o BossaPlay, um aplicativo de conteúdo em educação, e o BossaAcademy, de cursos profissionalizantes.
A Bossanova foi criada em 2015 por meio da união do portfólio dos investidores-anjos João Kepler e Pierre Schurmann. Em 2017, o Grupo BMG entrou na sociedade. Dois anos depois, foi a vez do empresário Thiago Oliveira.
Em 2021, Thiago Nigro tornou-se sócio através do Grupo Primo e Janguiê Diniz, fundador do grupo Ser Educacional, adquiriu 25% da gestora.