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Charles Sansbury, CEO da Cloudera (Foto: Divulgação)
O Brasil é um dos três mercados que mais crescem no mundo para a Cloudera, multinacional americana dona de uma plataforma para análise de grandes volumes de dados.
A revelação é de Charles Sansbury, CEO da multinacional, que conversou com a reportagem durante uma agem pelo país para o Evolve 2024, um grande evento da empresa realizado em São Paulo nesta semana.
“Vemos muita inovação no Brasil, talvez mais do que em mercados tradicionais, como América do Norte e Europa Ocidental”, afirma Sansbury, destacando que o país é “uma parte significativa da operação” da Cloudera.
Hoje, a Cloudera atende principalmente empresas dos setores farmacêutico, de seguros, financeiro, governamental, de telecomunicações e de manufatura. No Brasil, alguns dos nomes em seu portfólio são Banco do Brasil, Safra e Telefónica.
Analisando a maturidade do mercado de dados e inteligência artificial no país, Sansbury ainda acredita que há uma grande lacuna entre as capacidades técnicas e os níveis de investimento técnico das maiores empresas do Brasil, as quais considera de classe mundial.
“Há um grande salto até as empresas de médio e grande porte que estão mais focadas no mercado doméstico. O que vemos é que muitas dessas empresas, mesmo que não sejam enormes, têm grandes depósitos de dados e boas oportunidades de otimizar seus dados. Acho que a oportunidade para nós é estender nossa liderança com as grandes empresas, mas também descer um nível para empresas que ainda têm amplas necessidades de dados, mas talvez não fossem os clientes tradicionais para tecnologias como essa”, pondera.
Pensando nisso, no Brasil, a Cloudera já investiu em diversas iniciativas de educação para habilitar a capacitação dos profissionais da região.
Uma delas foi a criação de salas digitais personalizadas, que permitem que os clientes lidem com altos volumes de pessoas ando conteúdos criados especificamente para seus públicos.
Para Sansbury, o investimento reflete a tendência das grandes empresas que estão na corrida para usufruir dos benefícios da inteligência artificial.
“Acredito que haverá uma lacuna em relação às empresas médias, porque elas ainda têm muito trabalho a fazer apenas para construir sua infraestrutura de dados. Mas as grandes empresas do Brasil já estão avançando em um ritmo acelerado”, pontua Sansbury.
Rubia Coimbra, vice-presidente para a América Latina da Cloudera, aconselha as empresas que querem se preparar para as mudanças no mercado de dados e inteligência artificial a se protegerem para o futuro.
“Não importa qual inovação venha, você deverá se colocar em uma posição flexível para reagir rapidamente a qualquer mudança. Essa liberdade possibilita que os clientes possam personalizar e adaptar suas necessidades de cada carga de trabalho específica para a infraestrutura certa e fazer escolhas futuras que sejam diferentes das de hoje”, diz Coimbra.
Essa foi a segunda edição no Brasil do Evolve, que estreou em São Paulo no ano ado.
A multinacional abriu as portas no Brasil em 2018, já então comandada por Coimbra, contratada vinda da Quest Software, onde era gerente geral para América Latina. A executiva tem também agens por cargos de diretoria na Dell e SAP.
Criada em 2008, na Califórnia, a Cloudera oferece uma plataforma de dados híbrida que proporciona gerenciamento e análise de dados de forma mais ágil. No ano ado, a companhia atingiu uma receita de US$ 1 bilhão.
*Julia Facca participou do Evolve 2024, em São Paulo, a convite da Cloudera.