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Pedro Valério, diretor executivo do Instituto Caldeira (Foto: Divulgação)
O Instituto Caldeira, principal hub de inovação de Porto Alegre, está com obras a todo vapor para a sua terceira expansão, que deve ser inaugurada em outubro e gerar 100% de ocupação na sede até o final de 2023.
“Desde o início, nossa visão era trazer mais empresas e instituições e tem sido muito impressionante. Quando a gente desenhou o projeto (inaugurado em 2021), imaginávamos ocupar o Caldeira em um ciclo de talvez oito anos”, relembra Pedro Valério, diretor executivo do Instituto.
A reforma atual acontece no terceiro andar do prédio sede e agrega 3 mil m² à estrutura ocupada. O novo local contará com 25 novas salas para a instalação de representantes dos setores privado e público, sendo cinco delas exclusivas para reuniões.
Entre as novas empresas, estão a Randoncorp (que já era membro do Instituto, mas ainda não tinha ainda um espaço físico), o estúdio de games Hermit Crab Studios, a NoOne, paulistana voltada para soluções de design e inovação, e a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás).
Já no setor público, a lista conta com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e a Prefeitura Municipal de Santa Maria, com o projeto Santa +, voltado justamente para conectar a cidade aos principais hubs do estado.
“Posso dizer que 100% das empresas que estão no terceiro andar ainda não tinham espaço físico dentro do Instituto. A gente sempre teve uma demanda muito grande de startups que querem se instalar aqui, de companhias de tecnologia também. O que tem sido super interessante também é a procura de médias e grandes empresas de segmentos, inclusive chamados ‘tradicionais’, que estão com iniciativas voltadas para a inovação”, conta Valério.
No andar, que foi um dos 10 lugares da cidade a receber a 13ª Bienal do Mercosul no ano ado (com um público estimado de 800 mil pessoas em dois meses), também haverá o DSPACE, um espaço equipado com tecnologias interativas para processos de co-criação, prototipação e desenvolvimento de novos produtos, além de treinamentos que abarcam este método.
O projeto ainda prevê a construção de uma segunda arquibancada, estrutura característica do Instituto que costuma receber eventos e reuniões de startups e corporates semanalmente.
Além disso, o Caldeira está negociando o quarto andar do prédio com uma companhia de tecnologia na área de saúde, que deve utilizar a área inteira de cerca de 800 metros quadrados.
Com 100% do prédio original ocupado até o final do ano, o Instituto já tem planos para seguir com a expansão no ano que vem. A ideia é utilizar prédios vizinhos como uma extensão do espaço, também com startups, empresas e projetos de educação.
“A gente tem hoje uma demanda muito grande para escolas, alunos, jovens, que de alguma maneira querem conhecer o Instituto ou estão frequentando alguns dos programas de formação. Hoje, temos limitações também de locais para eventos”, explica Valério.
O diretor destaca que algumas dessas negociações são para empresas que já estão na sede, mas querem expandir seu espaço.
“A gente observa que ninguém sai do Caldeira. Os negócios estão crescendo aqui dentro e têm tido muito esse fluxo de fazer uma parceria com uma startup e começar a operar junto, que é o caso dessa companhia da área de saúde. Então algumas dessas frentes nos dão segurança de que estamos fazendo um trabalho realmente de impacto. Não só na revitalização do bairro, mas principalmente de mobilização dos atores do ecossistema, que é o grande objetivo do Instituto”, ressalta Valério.
Ainda em setembro deste ano, também será lançada a plataforma digital do Caldeira, que terá um aplicativo para todos os associados, com o a todo o portfólio de atividades e programações que o hub já promove.
“A sensação que a gente tem hoje é que as empresas e os colaboradores estão muito interessados em estar em ambientes físicos que tenham, de fato, vibração. O que vimos é que eles escolhem trabalhar aqui porque justamente vai ter um evento, uma atividade, a oportunidade de se conectar com outras pessoas, que ainda é o grande desafio do home office”, destaca Valério.
O hub fica no Quarto Distrito, área industrial de Porto Alegre que estava em decadência desde os anos 1970 e hoje a por uma revitalização na qual o movimento da nova economia tem um papel central.
O Instituto Caldeira foi inaugurado em 2021, em um projeto liderado pela nata empresarial gaúcha, representada por nomes como Jorge Gerdau Johannpeter, famílias Renner, Ling, Goldstein e Herrmann.
Depois disso, o espaço teve uma ampliação com mais de 8 mil m² em 2022. No total, o hub conta hoje com 22 mil m², que se dividem em 20 salas de reunião, quatro locais para eventos on-line e presenciais, mais de 120 postos para coworking, além da arquibancada principal e de setores de lazer.
“Hoje a gente tem já uma média de 1,5 mil a 1,6 mil pessoas por dia circulando. Com mais empresas vindo, mais pessoas. Então acaba tendo um maior adensamento, que é o nosso objetivo inicial”, conta Valério.
O Caldeira abriga atualmente 100 companhias residentes, startups, poder público e universidades.
A lista conta com empresas tradicionais, como Renner, Sicredi, Panvel, Vulcabras Azaleia, Banrisul, RBS e Randon, e da nova economia, como Agi, 4all, Nelogica, Banco Topázio, SafeWeb, Zenvia, Meta e StartSe.
Além disso, sedia programas de desenvolvimento de startups, eventos e o Campus Caldeira, dedicado a operações de ensino superior e profissionalizante.