
Cristian Mairesse Cavalheiro. Foto: Divulgação
Cristian Mairesse Cavalheiro, um profissional que por muitos anos foi a cara da TI da Getnet, acaba de assumir a presidência do +praTi, uma iniciativa de formação de mão de obra lançada por empresas de TI do Rio Grande do Sul em 2020.
Cavalheiro é um nome de peso. O profissional participou da criação da Getnet, uma empresa de máquinas de cartão que acabou comprada em um negócio bilionário pelo Santander em 2014.
Depois da venda, Cavalheiro permaneceu no Santander até 2021, participando do projeto de internacionalização da Getnet, no qual foi nomeado COO.
Na +praTi, Cavalheiro chega para liderar o chamado “Plano 100”, cuja meta é elevar o número de mantenedores da iniciativa para 100 empresas, e empregar 100 alunos dos cursos em 2024.
É bastante coisa, tendo em conta que o +praTi tem hoje 38 mantenedores, um grupo de peso que inclui algumas das maiores empresas de desenvolvimento de software gaúchas. Ao todo, a iniciativa conseguiu empregar 100 dos participantes dos cursos nos últimos três anos.
“O projeto da +praTi atingiu uma maturidade espetacular em apenas três anos. Milhares de alunos aram pela plataforma. Muitos deles estão felizes e crescendo na carreira. Logo, sabendo da necessidade e de nossa capacidade, decidimos ampliar nossa meta: fazer três anos em um”, afirma Cavalheiro.
De acordo com o novo presidente do +praTi, a ideia é entregar um profissional com um conjunto de soft skills, como inteligência emocional, gestão do tempo, comunicação verbal e não-verbal.
“Queremos alguém preparado para entrar em uma grande organização e se sentir confortável para participar de reuniões e trabalhar em equipes”, projeta Cavalheiro.
O histórico profissional de Cavalheiro dá um peso extra para os planos.
Cavalheiro foi analista de sistemas no Exército entre 1990 e 1997, assumindo o comando da TI da Getnet em 2003.
Na empresa, o novo gerente de TI contratou diversos ex-colegas de farda, o que dava a tônica nos cortes de cabelo e na eficiência disciplinada das operações de TI da Getnet.
Ao longo dos anos, Cavalheiro liderou a criação de cinco data centers, incluindo um Tier 4 na estrutura do Santander em Campinas, a implementação de selos de qualidade como PCI e ISO 27.000 e a implementação de um centro de inovação no Tecnopuc, o parque tecnológico da PUC-RS em Porto Alegre.
“Como oficial do exército tive alguns militares que foram um exemplo de liderança, missão dada era missão cumprida”, afirma Cavalheiro.
É preciso lembrar que na época, a ideia de criar um competidor viável para o duopólio da então Visanet (hoje Cielo) e Redecard (hoje Rede) era muito mais ousada do que parece hoje.
Uma ousadia adicional foi fazer isso a partir de Campo Bom, um município na região metropolitana de Porto Alegre mais conhecido pela indústria calçadista do que por empresas de alta tecnologia.
O caso é que Ernesto Corrêa, um bilionário muito discreto cuja fortuna começou justamente com calçados, comprou a ideia, vinda de José Renato Hopf, um ex-executivo do Banrisul (hoje conhecido pela sua atuação na startup 4all e pelo impulso para a criação do South Summit, um grande evento de inovação na capital gaúcha).
O Santander adquiriu o controle da empresa em 2014, pagando R$ 1,1 bilhão para Corrêa. Em 2019, o Santander pagou outro R$ 1,43 bilhão pelos 11,5% que estavam na mão de fundos e de um dos investidores iniciais.
É uma grande dose de energia vindo para o +praTI, o que pode muito bem ser necessário. Apesar da reclamação constante das empresas pela falta de profissionais, o investimento de tempo e dinheiro em formar alguém do zero não chega a ser a saída mais fácil para o problema.
“Você, empresário, tenho certeza que em sua caminhada também teve o apoio de alguém, aquele empurrão que faltava para seu sucesso. Venha para a +praTi e faça parte como mantenedor ou parceiro. Abra vagas com a +praTi e seja mentor para um jovem, fazendo a diferença na vida de alguém”, conclama Cavalheiro.