
Tempos difíceis vem pela frente. Foto: Pexels.
Ren Zhengfei, CEO da Huawei, disse aos funcionários da empresa que a situação econômica atual representa uma “ameaça real” para a gigante chinesa, tornando necessário um “foco em sobrevivência”.
A carta que teria sido postada em redes internas da Huawei, foi publicada por meios de comunicação chineses e tem circulado nas redes sociais do país.
A Huawei não confirma nem nega a veracidade da carta, o que dá a pista que ela deve ser verdadeira (se ela fosse falsa, seria fácil simplesmente negar).
O CEO prevê uma década de queda na demanda, com os anos mais difíceis entre 2023 e 2025.
Zhengfei afirma que a empresa deve priorizar fluxo de caixa e lucro, no lugar de crescimento e aumento de escala.
Na prática, isso significaria reduzir projetos com alto risco de fracasso ou com pouca perspectiva de dar lucro, além de usar a própria nuvem da empresa e reduzir o investimento em pesquisa e desenvolvimento na frente de carros elétricos. A empresa deve seguir investindo na frente de infraestrutura de TI.
Zhengfei também fala em saída e redução em alguns mercados fora do país.
Parece improvável que a Huawei decida reduzir sua presença no Brasil, onde a empresa fez um grande investimento nos últimos anos, obtendo o retorno esperado.
A empresa ou por turbulências no começo do governo Bolsonaro, quando se tornou um alvo da chamada “ala ideológica”, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que queria barrar a Huawei de ser fornecedora do 5G no Brasil.
A Huawei contra-atacou, com um esforço de lobby que foi do ex-presidente Michel Temer até a cantora Ivete Sangalo. No governo, a ala ideológica foi para o saco, dando lugar ao Centrão. A Huawei é hoje uma das fornecedoras do 5G.
Os chineses também estão fazendo avanços no campo da infra de TI dentro do governo, entrando na lista de fornecedores de nuvem para istração pública do Serpro.