
CES em 2022: top ou flop? Foto: flickr.com/photos/mobthink/
A CES, um dos maiores eventos do setor de tecnologia no mundo, marcado para começar nesta quarta-feira, 5, parece seriamente ameaçada de flopar.
Ao longo das últimas semanas, uma lista considerável de grandes expositores decidiu não abrir seus estandes ou enviar seus executivos para palestrar no evento, com medo da última mutação do coronavírus, a Ômicron.
A lista dos cancelamentos fica ao redor de 50 e inclui Google, Microsoft, GM, P&G, TikTok, Procter & Gamble, AMD, Amazon, Intel, Lenovo, Pinterest, Twitter e Facebook.
Os organizadores da CES destacaram que o total de cancelamentos não chega a um total de 10% do espaço de estantes e que outros nomes entraram na medida em que alguns saíram.
É uma maneira de ver as coisas. Na sua última edição física, em 2020, no que então ainda era um mundo sem coronavírus, a CES teve mais de 4 mil expositores e recebeu 170 mil visitantes.
Mas também é verdade que a imensa maioria desse número são pequenos players, muitos oferecendo todo tipo de traquitanas feitas na China.
A grande atração da feira são os anúncios de grandes empresas de tecnologia, e, nos últimos anos, de todo tipo de grande corporação interessada em mostrar seu viés high tech.
A saída paulatina do topo da pirâmide de um evento pode naufragar toda a operação. Foi o que aconteceu no Mobile World Congress de Barcelona em março de 2020.
Na ocasião, um período ainda de incerteza sobre a extensão do problema do coronavírus, a organização do evento espanhol bateu pé por algum tempo, enquanto os patrocinadores iam desistindo em conta gotas. O evento acabou cancelado.
Dois anos depois, o CES acontecerá em um contexto diferente, com vacinas e um conhecimento maior de como tentar evitar o contágio (a organização também diminuiu a duração em um dia, uma medida de efeito duvidoso).
Em um editorial no Las Vegas Review Journal, Gary Shapiro, CEO da CTA, organizadora da CES, disse que o evento vai acontecer de "uma maneira bagunçada" - "in a messy fashion" -, mas que o show precisa continuar.
"Todos nós correremos riscos. Mas sem risco não há inovações", escreveu Shapiro.