
A Cisco ainda levou por tabela esses postes. Foto: Depositphotos.
A Cisco vai pagar US$ 28 bilhões pela Splunk, uma das líderes no campo de soluções para análise e gerenciamento de dados originados em máquinas em larga escala.
O negócio é de longe o maior já fechado pela Cisco, que faz compras com frequência, mas geralmente de tamanho bem menor (a maior compra até então tinha sido a Scientific Atlanta, no já distante ano de 2005, por US$ 6,9 bilhões).
A tecnologia da Splunk é um bom complemento para a área de segurança da Cisco, uma vez que ela pode ser usada para analisar possíveis ameaças, ou entender melhor falhas de sistema em ambientes complexos.
Até agora, a Cisco estava limitada a analisar os fluxos de dados dentro das redes nas quais os seus equipamentos estão instalados.
Na nota divulgando o negócio, o CEO da Cisco, Chuck Robbins, enfatizou os desdobramentos da compra na área de inteligência artificial, algo quase obrigatório hoje em dia.
"Nossas capacidades combinadas vão trazer a próxima geração de segurança baseada em IA", disse Robbins.
Deve ser isso mesmo, porque o valor pago pela Cisco está bem acima da média dos negócios atuais no mercado de tecnologia.
Até agora, a maior compra do ano tinha sido a Qualtrics, vendida para um fundo por US$ 12,5 bilhões em março.
O valor ficou bem acima do valor de mercado recente da Splunk, que girava na casa dos US$ 20 bilhões.
A cifra é provavelmente um sinal de que houve um leilão, no qual foi definido quem daria mais pelo coração da Splunk, se o leitor me permite uma paráfrase de César Menotti e Fabiano.
O nicho da Splunk é conhecido como gerenciamento e correlação de eventos de segurança, ou SIEM, na sigla em inglês. O Gartner aponta a Spunk como líder em SIEM.
A empresa está no Brasil desde 2012, mas mantém uma presença bastante discreta.
De vez em quando pipocam informações sobre grandes projetos.
Um deles foi na Oi. Em 2017, a operadora divulgou ter contratado a Accenture e a Splunk para a criar uma nova solução integrada de monitoramento end-to-end.