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João Paulo Prestes.
A Comil, fabricante de ônibus sediada em Erechim, no noroeste gaúcho, começará a usar chips RFID para controlar a produção a partir de setembro deste ano.
O projeto, que tem como fornecedor a Technotag, de Porto Alegre, visa aumentar o controle e a agilizar o processo de produção, e, no médio prazo rastrear o ciclo de vida dos ônibus, usando a informação obtida para melhorar o produto.
Ao longo da produção, os ônibus arão por 25 momentos nos quais os chips serão atualizados com informações sobre exceções que tenham ocorrido ao longo do processo, como defeitos de peças ou horas extras.
“Os tags seguirão ativos e a ideia é que no futuro, quando um ônibus e por uma assistência técnica, essas informações retroalimentem o processo”, explica João Paulo Prestes, CIO da Comil, que esteve em Itá, Santa Catarina, participando do primeiro encontro dos CIOs do grupo GTIsul, formado por gestores do Interior do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Prestes destaca que o custo das tags, variando de US$ 1 a US$ 30 é irrelevante em relação ao preço total de um ônibus e dos benefícios de produtividade no longo prazo.
Apesar de jovem, Prestes entende a fundo o negócio da Comil, empresa na qual está há 13 anos e na qual começou como estagiário de P.
A adoção de radiofrequência é parte de um processo mais amplo de mudanças iniciadas em 2010 dentro de um projeto chamado Engenharia Corporativa.
O primeiro o foi unificar os sistemas de CAD usados dentro da empresa com a ferramenta NX da Siemens PLM. Depois, a companhia adotou o software de gestão de ciclo de vida do produto Teamcenter, integrado ao sistema de gestão Logix, da Totvs.
O processo terá desdobramentos ainda neste ano, com a entrada em produção de módulos do ERP para controle de gestão do estoque e outros.
A nova abordagem tecnológica permitiu que a nova fábrica da Comil em Lorena, São Paulo, tivesse um investimento de R$ 110 milhões, operando dentro da lógica de sistemistas usado pelas montadoras de carros, produzindo modelos de ônibus mais simples com menores preços e maior velocidade.
A planta original em Erechim trabalha com projetos de maior customização para os clientes, como ônibus turísticos de dois andares. A empresa faturou cerca de R$ 600 milhões em 2013.
* Maurício Renner viajou a Itá, Santa Catarina, a convite do GTISul.