
Termo foi assinado em Tel Aviv. Foto: Divulgação.
A CySource, uma startup israelense da área de segurança, acaba de um termo de cooperação com o Exército Brasileiro para a capacitação de militares em defesa cibernética, incluindo treinamentos de simulação de ataques para prevenção e mitigação de riscos e monitoramento de ameaças.
O acordo, que não teve os termos revelados, foi assinado em Tel Aviv nesta sexta-feira, 25.
Os treinamentos serão oferecidos ao longo de um ano e envolvem temas como análise de malware, fundamentos de rede, respostas a incidentes cibernéticos, red team, perícia forense digital e testes de intrusão a sistemas críticos.
A teve a presença do comandante do Comando de Defesa Cibernética Brasileiro, general Heber Garcia Portela e do embaixador brasileiro em Israel, Gerson Menandro Garcia de Freitas.
A CySource abriu uma operação no Brasil em setembro do ano ado.
É a primeira vez que a startup oferece treinamentos em idioma local, abertos para o público em geral.
Até então, os cursos eram em hebraico, para o mercado local, ou em inglês, oferecidos somente para clientes das soluções de segurança da empresa nos Estados Unidos, Europa e Japão.
“Ao longo dos últimos anos estabelecemos academias de segurança cibernética para diversas organizações militares e unidades de segurança em todo o mundo, o que nos permitiu consolidar conhecimento estratégico na defesa cibernética”, destacou Amir Bar-El, CEO da CySource.
Bar-El, assim como os outros fundadores da CySource (e da maioria das startups israelenses da área) tem experiência no setor de defesa israelense.
O CEO atuou nas unidades de inteligência do Mossad, o famoso serviço secreto de Israel, um dos pilares do setor de defesa, junto com as forças armadas, fazendo depois carreira na iniciativa privada.
O exército israelense é cliente da CySource, assim como as forças armadas do Japão e Alemanha.
“Vamos capacitar o exército brasileiro com um leque completo de treinamentos, adequando todo conteúdo para atender as necessidades que foram sendo identificadas”, afirma Hélio Sant’ana, country manager da CySource.
Sant'Ana, que acaba de ser contratado para a posição, era diretor de TI da Presidência da República até outubro do ano ado.
As funções do cargo incluem responsabilidades ligadas à segurança da informação do presidente e do vice-presidente.
Sant'Ana ou por diversas empresas de segurança baseadas em Brasília, além de ter atuado na área de TI do Exército Brasileiro entre 2009 e 2013.
SETOR PUJANTE
O investimento pesado de Israel em defesa é um dos motivos pelos quais o país se tornou uma potência no assunto cibersegurança.
Só no primeiro semestre de 2021, 50 empresas do setor levantaram US$ 3,4 bilhões de investidores. Sete delas se tornaram unicórnios, como são conhecidas startups com um valor de mercado acima de US$ 1 bilhão.
O valor é 41% do investimento mundial no segmento e é superior aos US$ 2,9 bilhões investidos em 2020.
O número de unicórnios do setor de segurança em Israel dobrou e já é um terço dos existentes no mundo. Um deles é SentinelOne, que levantou US$ 1,2 bilhão, o maior IPO já feito por uma empresa do setor.