
Alessandro Lombardi, CEO da Piemonte Holding. Foto: divulgação.
A Elea Digital, empresa brasileira de data centers, quer transformar a infraestrutura porto-alegrense recém comprada da TIM no maior data center do Sul do país, podendo chegar a 7 MW de potência instalada.
Já em plena operação, o ativo possui um espaço de 4 mil m² e, hoje, 1,5 MW de potência. O plano é realizar essa expansão em fases, chegando a 3 MW ou 4 MW já no próximo ano e, depois, crescer conforme a necessidade.
O empreendimento é a segunda infraestrutura da Elea na capital gaúcha. A companhia não abriu o valor da aquisição, mas especificou que, até então, havia investido cerca de R$ 1 bilhão em data centers — e estima que um quinto desse volume, algo próximo a R$ 200 milhões, tenha sido dedicado a Porto Alegre.
O novo empreendimento foi um investimento “nessa ordem”, afirmou Alessandro Lombardi, CEO da Piemonte Holding, fundo de investimentos carioca por trás da Elea Digital.
O motivo principal da aquisição, segundo Lombardi, é o esgotamento do espaço no primeiro data center porto-alegrense, comprado da Oi em 2020 e hoje com 2 MW de capacidade instalada.
“São três anos que operamos ele com sucesso. Investimos muito no retrofit, os equipamentos foram modernizados, equipes foram trocadas e agora está cheio. A virtualização está acontecendo rápido e as empresas cada vez mais precisam de espaço”, conta Lombardi.
Segundo o executivo italiano, Porto Alegre tem uma oferta muito baixa de capacidade de data center e uma demanda muito forte.
Isso também foi percebido pela Scala Data Centers, que anunciou a construção de um centro de dados em Porto Alegre, com investimento estimado em R$ 250 milhões, que deve entrar em funcionamento até abril de 2023.
A Elea Digital ainda vê o novo ativo como um potencial ponto de aterragem de cabos submarinos, capazes de conectar o Brasil aos Estados Unidos, Uruguai e Argentina.
Com a aquisição, a companhia a a totalizar sete data centers no Brasil. Além dos dois em Porto Alegre, dois ficam em Brasília, e os demais, em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. A infraestrutura carioca foi comprada da Globo e as demais, da Oi.
Para o futuro, o plano da Elea é “focar nesse investimento importantíssimo, expandir organicamente os outros seis data centers que temos e se abrir para outras regiões, quem sabe Minas Gerais e também para o Nordeste”, adianta Lombardi.
A TIM, por sua vez, deve manter um relacionamento de longo prazo com o empreendimento, usando parte da infraestrutura em regime de colocation.
Em março de 2021, a operadora já havia informado ao mercado que se desfaria desses ativos até 2023. Na mesma época, fechou um grande contrato com a Microsoft e a Oracle, quando foi divulgada a migração de 100% dos sistemas da empresa para a nuvem.
A companhia está focada em operar data centers menores e pulverizados para melhorar a entrega dos serviços de telecomunicações (edge computing). Até o final de 2023, deve ter 67 data centers de borda. Atualmente, são 46 em funcionamento.