O índice de globalização dos países em geral aumentou depois da crise mundial, e deve continuar nesse caminho até 2014.
É o que afirma um estudo global da Ernst & Young, desenvolvido em parceria com a Economist Intelligence Unit (EIU). No ranking, que traz 60 países, o Brasil fica na 46ª posição.
Entre as economias latino-americanas, o país é o quarto colocado, atrás de Peru, Colômbia, México e Chile.
O índice foi criado considerando medidas específicas que indicam o grau de globalização relativa e não absoluta de cada país.
Isso significa que os negócios, investimentos, tecnologia, trabalho e integração cultural com outras economias são medidas em relação ao PIB de cada nação.
Conforme o relatório, o Brasil se destaca na categoria “capital”, indicando que o fluxo de recursos no país é significativo na comparação com outras economias.
Em seguida estão os temas “comércio exterior” e “cultura”.
TI lá atrás
Já “Tecnologia” e “força de trabalho” são os itens com as menores notas para o país.
Apesar da má posição brasileira no ranking geral, o desenvolvimento tecnológico continua sendo uma das principais chaves para o aumento do índice de globalização dos países.
Na análise da Ernst & Young, para os mercados emergentes a rápida adoção da internet e de tecnologias móveis é um “poderoso mecanismo por trás da melhor integração de negócios, capitais e cultura”.
Conforme o vice-presidente de Operações Globais da Ernst & Young, John Ferraro, o Brasil é considerado uma “grande economia”, mas tem tendência a “se fechar em si mesmo”, o que explicaria alguns dos indicadores baixos do país.
Já na avaliação de Luiz etti, sócio da Ernst & Young Terco, um dos fatores que motivam a retomada da globalização é exatamente as oportunidades nas economias emergentes.
“Essas oportunidades, aliadas ao desenvolvimento da tecnologia e uma recuperação econômica mundial, garantirão um aumento no nível de globalização nos próximos anos”, garante ele.
O executivo acrescenta que é necessário tanto governo quanto iniciativa privada defenderem a globalização como uma “ação positiva para o bem da economia”, ou seja: nada de protecionismo.
P&D
Quanto a investimentos em inovação, ciência e centros de pesquisa, o relatório mostra que apenas 16% dos entrevistados planejam aplicar nos países emergentes mais de um quarto de suas despesas em inovação, percentual que deve subir para 27,6% em cinco anos.
Por outro lado, a proporção de respondentes que irão investir mais que um quarto de seus recursos em P&D em mercados emergentes deve triplicar na Europa e dobrar na América do Norte, nos próximos cinco anos.
Tributos
De acordo com o estudo, 56% dos executivos entrevistados consideram a carga tributária tema prioritário em suas agendas de planejamento de negócio.
Outros 48% afirmam que a flexibilização das leis trabalhistas é essencial.
Já para 45% a maior demanda é o aumento da liberação para o comércio exterior, enquanto 34% destacam a privatização das companhias estatais como item relevante.
O estudo
O levantamento foi elaborado a partir de três fontes: uma pesquisa online com 1.050 executivos de todo o mundo, conduzida pela Economist Intelligence Unit (EIU); um programa de entrevistas com 20 executivos sênior e líderes de companhias, e os dados do Índice de Globalização de 2010.