
Gerdau pode ter reavaliado a maneira de lidar com TI. Foto: Divulgação.
Gustavo França, executivo que esteve nos últimos meses em um escritório da Gerdau no Vale do Silício, está de volta ao Brasil para assumir a TI da empresa.
A informação é de fontes de mercado e foi confirmada ao Baguete pela Gerdau por meio de sua assessoria de imprensa.
Com a nomeação, a gigante de siderurgia volta a colocar um profissional de TI à frente da área de TI da empresa.
Em 2016, a TI havia sido reunida com a área de suprimentos, sob o comando da diretora de Suprimentos Cláudia Piunti. A executiva deixou a companhia, na qual estava desde 2008.
França substitui Piunti, mas ainda não está claro com que cargo. Segundo o Baguete pode apurar, ele será gerente geral de TI e digital. A Gerdau não confirmou oficialmente qual é o cargo.
O profissional fez carreira na TI da Gerdau, empresa na qual ingressou em 1999, quando ainda era um estudante de Ciências da Computação da Unifacs, em Salvador.
França ou 10 anos na operação baiana da Gerdau, onde chegou a ser gerente de TI, liderando as equipes na região norte e nordeste.
De 2010 a 2016, a França trabalhou em Porto Alegre, como gerente de TI à frente dos times de e de campo e infraestrutura.
Em 2016, França foi São Paulo, onde foi gerente de TI para a parte industrial, ao mesmo tempo em que participava do programa de transformação digital e Indústria 4.0 da Gerdau, conhecido internamente como Usina Digital.
A promoção de França foi vista com otimismo com fontes ouvidas pelo Baguete, que acreditam que o perfil do profissional pode sinalizar um novo ciclo de investimento da Gerdau em TI.
Desde 2014, a companhia vem cortando custos na área, com a demissão de dezenas de funcionários, incluindo nomes com muitos anos de casa.
A Gerdau também fez algumas trocas chamativas de fornecedores, como a entrada da Wipro no lugar da Stefanini no service desk de nível 1 ou a troca da CA pela ServiceNow como provedora de software de gerenciamento de incidentes de TI.
A própria decisão de colocar TI debaixo do guarda chuva de suprimentos foi vista na época como parte de um esforço de corte de custos. Pianti tem a reputação de ser uma negociadora dura.
A política de cortes deu resultado. Em 2018, a Gerdau registrou lucro líquido de R$ 2,5 bilhões, um expressivo avanço de 380,3% na comparação com 2017. Em 2018, a receita atingiu R$ 46,15 bilhões, crescimento de 25%.
De uns tempos para cá, inclusive, a Gerdau vem divulgando investimentos justamente no tipo de projetos ligados à transformação digital da indústria nos quais França esteve envolvido, conhecidos internamente pelo nome Usina Digital.
Em 2017, por exemplo, a Gerdau adotou um sistema da General Eletric para manutenção preventiva de 1 mil equipamentos em 11 unidades do grupo siderúrgico brasileiro.
Na época, a empresa falou que se tratava de "uma iniciativa inédita no mercado global de aço”.
No ano ado, foi a empresa desenvolveu um aplicativo mobile para o processo de compra de matérias-primas com tecnologia de machine learning da SAP, parte do pacote de produtos Leonardo.
Pelo lado mais de gestão, a Gerdau apostou em um estilo startup” para os seus funcionários das áreas financeira, jurídica, institucional e de relações com os investidores.
O estilo do novo espaço é conhecido por quem entrou em alguma empresa nova da área de tecnologia nos últimos tempos: espaços abertos, wifi e mobiliário informal ocupado por profissionais em trajes casuais.
Esse tipo de investimentos, associada com a movimentaçã do projeto Usina Digital, parece mostrar que a Gerdau está entrando em uma nova fase no que diz respeito a tecnologia.
No ado, a empresa tocava grandes projetos como a expansão do sistema de gestão da SAP, envolvendo centenas de recursos e milhões gastos em consultorias, ao longo de anos.
Agora, a meta parece ser gerar impacto nos negócios de forma rápida, apostando em projetos pontuais, com resultados de visibilidade imediata a nível de produção.
Gustavo França parece ser o CIO para uma nova fase.