
Juiz Sérgio Moro. Foto: José Cruz/Agência Brasil
O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, teve o seu celular invadido nesta quarta-feira, 05.
De acordo com a Folha de São Paulo, Moro recebeu uma ligação por volta das 18h, do seu próprio número, o que levantou suspeitas.
Em seguida, foi informado que mensagens estavam sendo trocadas pelo Telegram. O hacker usou o aplicativo até 1h.
O hacker ficou, por tanto, pelo menos seis hora com o ao celular de Moro.
O ministro teve que cancelar a linha, o que pode explicar em parte a duração da invasão (mesmo sendo Sérgio Moro, não deve ser fácil conseguir cancelar uma linha). A Polícia Federal está investigando o caso.
Até agora, não surgiram informações sobre que tipo de mensagens o hacker estava enviando, o que permitiria especular sobre as motivações do ataque.
Moro não é o primeiro ministro a ter o celular invadido. Em março de 2018, durante o governo Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Carlos Marun, secretaria de governo foram vítimas de hackers.
Na ocasião, os invasores tinham o objetivo prosaico de enviar mensagens pedindo depósitos para uma conta do Banco do Brasil no Maranhão.
Os ataques faziam parte da atuação de uma quadrilha especializada nesse tipo de coisas, que tinha políticos de Brasília entre seus principais alvos.
O ataque a Moro pode ser de outro tipo. Ataques cibernéticos a integrantes ou ex-integrantes da Lava Jato se tornaram frequentes nos últimos tempos, relata o Antagonista. No fim de abril, vários procuradores do Ministério Público Federal no Paraná foram vítimas.
O ex-procurador geral da República Rodrigo Janot também denunciou a invasão de suas contas de Twitter, WhatsApp e Telegram, via celular.
As invasões devem aumentar a preocupação dos órgãos de segurança do governo com a conduta do presidente Jair Bolsonaro, um usuário ávido do WhatsApp.
Bolsonaro faz as suas comunicações pelo aplicativo em um celular comum, já que não é possível fazê-lo em um aparelho criptografado pela Abin.