
Mercado de telecom está em debate. Foto: Stacey Newman / ShutterStock.
A Hoje Telecom, uma operadora de telecomunicações para o mercado corporativo paulista, pediu desfiliação da Telcomp, entidade que reúne os maiores players do mercado de telecomunicações brasileiros, ao mesmo tempo em que se posiciona contra a entidade na batalha judicial contra a Anatel e a Proteste.
O motivo da discórdia é a liminar obtida pela Telcomp visando derrubar a resolução 632 da Anatel, que estabelece regras como a obrigatoriedade das operadoras de retornarem ligações interrompidas e disponibilizarem possibilidade de cancelamento de contratos pela Internet, sem intermédio de um atendente.
Além da desfiliação, a Hoje fez um uso de um instrumento jurídico chamado petição de assistência, com o qual espera contribuir para os autos do processo entre Anatel e Telecomp com documentos traduzidos de um processo atualmente em curso na justiça italiana sobre a TIM.
Parte de um escândalo maior sobre má gestão que abalou a TIM em 2007, os documentos entregues pela Hoje constituem em trocas de e-mails do então presidente da operadora no Brasil, Luca Luciani, no qual executivos da TIM parecem combinar maneiras de aumentar a dificuldade do processo de cancelamento.
“Estes documentos sugerem que o atendimento de parte das teles é ruim porque simplesmente não há esforços para a melhoria”, argumenta Roosevelt Colini, diretor geral da Hoje Telecom. “Queremos marcar uma posição a favor do consumidor”, completa o empresário.
A Hoje Telecom é um player relativamente pequeno, com 600 clientes de telefonia espalhados entre Rio de Janeiro, São Paulo e Manaus, que agora começou a colocar cabo nas duas últimas cidades, onde já enterrou 60 km. A empresa projeta faturamento de R$ 40 milhões para este ano, uma alta de 25%.
A desfiliação e o apoio a Anatel na briga judicial contra a Telcomp é uma forma relativamente em conta de divulgar a empresa, além de apoiar na briga judicial que a própria Hoje mantém contra Oi, TIM, Vivo e Claro.
A empresa obteve na Justiça o direito de adquirir das grandes operadoras no atacado a conexão pelo mesmo preço praticado pelas mesmas no varejo, o que basicamente mantém a Hoje no mercado. De acordo com Colini, é uma estratégia similar à adotada pela GVT em seu momento.