
Interiores do modernoso centro da HP em Barcelona.
A HP acaba de abrir em Barcelona, na Espanha, um centro de pesquisa e desenvolvimento focado em impressão 3D e manufatura digital.
São 14 mil metros quadrados, mais ou menos dois campos de futebol, que devem sediar atividades de P&D, engenharia, co-desenvolvimento e inovação sustentável focadas na Indústria 4.0.
O local fica dentro de um campus que a HP já tinha nos arredores da cidade catalã e replica um ambiente fabril de grande escala, com “centenas de especialistas” em engenharia de sistemas, inteligência de dados, software, ciência de materiais, design e aplicações de impressão 3D.
De acordo com a empresa, é a “maior população de especialistas em manufatura aditiva em um mesmo local”. O centro tem entre seus parceiros BASF, GNK Metallurgy, Siemens e Volkswagen.
A operação conta com todos os atributos verdes em voga hoje em dia, incluindo cobertura fotovoltaica com capacidade de fornecer 110 kW e reuso de água da chuva para irrigação e sanitários, entre outras.
A meta é obter uma certificação LEED, que atesta as características ecologicamente corretas do local.
Se você foi pego de surpresa por toda essa conversa de impressão 3D e HP, não tem problema.
A área é recente e ainda relativamente pequena dentro da empresa, ainda que seja tida como o futuro da HP, líder em impressão tradicional e uma das maiores no setor de PCs.
As coisas já vem se mexendo no Brasil, onde no começo do ano a SKA, empresa de soluções para manufatura sediada em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, fechou um acordo para ser o braço no Brasil da área de impressoras 3D da HP.
“Acredito que a HP já é hoje mais competitiva quando o assunto é impressão em volume. Mais para médio prazo, eles tem mais capacidade de investimento que todos os outros players juntos”, avalia Siegfried Koelln, diretor da SKA.
De acordo com o empresário gaúcho, a HP é especialmente competitiva para impressão em série de peças para até 3 mil unidades, uma escala na qual a tecnologia se torna uma alternativa para o processo tradicional de injeção em plástico.
“Isso é a manufatura do futuro, com produção simplificada e de fácil alteração. Até agora a maioria das empresas está fazendo apenas protótipos nas impressoras 3D, não migrando a produção”, explica Koelln.
A SKA está apostando na HP. A empresa gaúcha trabalha com impressão 3D desde 2012 e era até pouco tempo atrás parceira da Stratasys, tendo uma base instalada de 150 máquinas no Brasil.
Junto com a 3D Systems, a Stratasys é atual líder de mercado, mas ambas empresas sofrem para ter uma receita à altura de toda a falação em torno do assunto impressão 3D.
A SKA está, por tanto, fazendo uma aposta no futuro da HP em uma das suas principais áreas de negócios.
Não é a primeira vez que a companhia se reposiciona: em 2006, a empresa deixou de ser uma revenda das soluções de CAD da Autodesk, colocando suas fichas no produto da concorrente SolidWorks.
Desde então, a companhia foi a maior revenda da SolidWorks por todos os anos menos um, quando perdeu para a paulista IST. No ano ado, aliás, a SKA fechou a compra da IST, se estabelecendo na liderança isolada entre os parceiros SolidWorks do país.