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Foto: Divulgação
A Huawei, gigante chinesa de tecnologia, anunciou o lançamento de uma nova linha de celulares que podem ser dobrados até três vezes (“triplo dobrável”, no jargão), para esta terça-feira, dia 10, logo após o lançamento do iPhone 16 pela Apple.
Após o comunicado, a empresa recebeu 3 milhões de pré-encomendas de seu novo aparelho, denominado Mate XT, que terá um formato em Z.
O smartphone contará com três telas dobráveis que, quando abertas, se assemelham a um tablet com tela diagonal de 10 polegadas.
Apesar de parecer grande para os padrões atuais, chama a atenção a espessura do aparelho, que conta com uma estrutura muito fina, similar à dos smartphones tradicionais.
Celulares dobráveis parecem ser a moda do momento. O primeiro modelo saiu ainda em 2019, com o Galaxy Fold da Samsung. Depois, Huawei, Xiaomi e Motorola entraram na onda.
Em 2022, os dobráveis tiveram uma penetração de mercado em torno de 1,1%, com projeção de atingir 2,5% em 2024. Os aparelhos oferecem possibilidades melhores para trabalho multitarefa e jogos digitais.
O modelo terá um chip desenvolvido pela própria empresa, o Kirin, e câmeras no mesmo padrão do Huawei Mate 50 Pro: uma câmera retrátil de 50 megapixels (com diafragma ajustável) e duas lentes telescópicas, uma de 50 MP e outra de 40 MP.
Outro destaque é a capacidade da bateria. Especula-se que o Mate XT virá com uma bateria de 8.700 mAh. Quanto maior o valor em mAh, maior é a duração da bateria e a autonomia do aparelho.
Os smartphones tradicionais (Samsung e iPhone) têm baterias entre 4.000 e 5.000 mAh; os mais avançados podem ter mais de 5.000 mAh. O Huawei Mate XT também trará e para recargas rápidas de 100 W e carregamento sem fio de 50 W.
O sucesso das pré-encomendas, somente em solo chinês, mostra a força da Huawei como uma das principais concorrentes da Apple, mesmo após o governo dos EUA ter aplicado sanções em território norte-americano.
Enquanto o governo de Trump liberava a venda de peças de empresas americanas para a chinesa, Biden revogou oito licenças usadas pela Huawei para o a componentes na montagem de tablets e outros dispositivos, impedindo também a compra de chips de empresas como Qualcomm e Intel.
A Huawei foi a maior vendedora de dobráveis na China no segundo trimestre, com uma participação de 42% no mercado doméstico, segundo a consultoria IDC.
A princípio, com lançamento somente no mercado chinês, a estimativa de preço está na casa dos 19 mil yuans, cerca de R$ 15 mil.
A Huawei foi fundada em 1987 por Ren Zhengfei, um ex-oficial do Exército de Libertação Popular da China, e hoje é uma das maiores fornecedoras globais de equipamentos de telecomunicações e dispositivos eletrônicos de consumo.
Atua na área de redes de telecomunicações, liderando a tecnologia do 4G e do 5G, e também no mercado de consumo, como smartphones e tablets, além do setor de soluções de TI para empresas e governos, como computação em nuvem, big data, infraestrutura de data centers e inteligência artificial.
Apesar de várias sanções impostas pelos EUA e outros governos, e de não estar listada em bolsas de valores como a de Nova York (NYSE) ou a Bolsa de Valores de Hong Kong, a empresa registrou, em 2022, uma receita de aproximadamente CNY 636,8 bilhões (cerca de USD 90,8 bilhões), uma queda em relação ao ano anterior.
No primeiro trimestre de 2024, registrou um salto de 564% no lucro líquido, alcançando cerca de USD 2,71 bilhões. Enquanto a Apple teve uma queda de 15,7% no mercado de smartphones, a Huawei apresentou um aumento de 70% nas vendas, segundo a empresa de pesquisa Counterpoint.