
Mike Rhodin, vice-presidente sênior da IBM. Foto: Divulgação.
Depois de transformar em um negócio independente o seu projeto de computação cognitiva, conhecido como Watson, a IBM prepara-se para trazer a tecnologia para o Brasil.
Em visita ao país esta semana, Mike Rhodin, vice-presidente sênior da IBM e principal executivo do Watson Group, participou de reuniões com potenciais clientes empresariais e com companhias interessadas em desenvolver aplicações em conjunto com a americana, voltadas a demandas específicas do mercado brasileiro, segundo informações do Valor.
O Watson é um supercomputador com softwares desenvolvidos para responder todo tipo de pergunta a partir da análise de grandes volumes de dados.
Atualmente, sua tecnologia é usada por empresas de diferentes setores e apresenta grande procura na área médica, para análise de casos clínicos e diagnósticos de câncer feitos de forma automática, em conjunto com instituições médicas.
"Os motivos da minha visita são conversar com essas empresas e também entender um pouco melhor como funcionam os negócios no Brasil para desenvolver a operação", afirmou Rhodin ao Valor.
Na visão do executivo, o país apresenta boas oportunidades de negócios, principalmente nas áreas de extração, commodities e no setor financeiro. Sem citar nomes de empresas, Rhodin afirmou que a IBM já foi procurada por companhias brasileiras de diferentes setores e que, dependendo dos resultados das reuniões desta semana, o desenvolvimento dos negócios no país pode começar rapidamente.
Atualmente, a IBM possui 1,8 mil funcionários no país e mantém um grande centro de pesquisa e desenvolvimento localizado em Hortolândia. Rhodin disse que a equipe de Hortolândia participou do desenvolvimento da tecnologia do Watson, em conjunto com grupos de pesquisa dos Estados Unidos, do Canadá, da Europa e do Japão.
Segundo ele, é provável que a unidade seja sede de uma equipe a ser criada no futuro para desenvolver novas aplicações e serviços usando o Watson.
Globalmente, o Watson Group possui 1,4 mil funcionários e a expectativa do executivo é chegar a 2 mil profissionais na área até o fim do ano.
Em janeiro, a IBM anunciou que tornaria o Watson um negócio separado e que a unidade receberia investimento de US$ 1 bilhão.
Parte desse recurso foi investido em infraestrutura para armazenagem e tráfego de dados e na criação de um ecossistema que permitirá ao supercomputador realizar operações na nuvem - modelo em que as aplicações e os serviços ficam íveis para o cliente por uma conexão remota à internet.
A companhia também investe na contratação de profissionais e no desenvolvimento de tecnologias.
A IBM destinou ainda US$ 100 milhões dos US$ 1 bilhão para criar um fundo de investimentos voltado ao financiamento de companhias com projetos de aplicações de computação cognitiva.
De acordo com Rhodin, companhias de 46 países - incluindo o Brasil - demonstraram interesse no Watson, o que indica um grande potencial de crescimento dos negócios nessa área.
O executivo não divulga projeção de receita para o Watson. No ano ado, a unidade gerou resultado próximo a US$ 100 milhões. A IBM divulgou como previsão para 2015 uma receita com análise de dados de US$ 20 bilhões, área que inclui o Watson Group.