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Foto: Deposit Photos.
O iFood, o maior aplicativo de delivery do Brasil, estaria realizando demissões em massa de maneira “silenciosa” nesta quarta-feira, 1º, de acordo com o site Layoffs Brasil, um portal que funciona como uma espécie de agregador de listas de demitidos em startups.
De acordo com a publicação, 300 funcionários (5%) serão impactados e integrantes da equipe de produto já estão sendo demitidos.
Além disso, a empresa teria bloqueado o canal Random no Slack, impedindo que os colaboradores se comuniquem através deste canal.
Já o G1 fala em 355 funcionários demitidos, o que representa 6,3% da força de trabalho da companhia no Brasil.
Procurado pelo Baguete, o iFood confirmou as demissões, mas não entrou em detalhes.
"O iFood tomou hoje a difícil decisão de descontinuar algumas posições internas, impactando em postos de trabalho de colaboradores que ajudaram a escrever a nossa história”, comunicou a empresa, em nota.
Segundo a companhia, o atual cenário econômico mundial tem exigido ações imediatas na busca por novas rotas para enfrentar essas adversidades.
“Não foi diferente com o iFood. Lamentamos por cada perda e estamos comprometidos em garantir que esse momento difícil seja conduzido com o máximo de cuidado e respeito a essas pessoas", diz o comunicado.
Conforme o site Startups, a empresa disponibilizou um pacote de benefícios para os funcionários dispensados.
Ele incluiria participação nos lucros proporcional ao tempo de trabalho, o não-desconto do VR e VA do mês de março no valor da rescisão, extensão do plano de saúde e iDoc até 30 de abril, LinkedIn por 3 meses, e psicológico via app Psicologia Viva até 1º de junho e doação de notebook, celular e outros itens corporativos de trabalho.
De acordo com o Valor Econômico, essa é a segunda onda de demissões da empresa desde o fim de junho, quando cortou 80 colaboradores e reduziu pela metade as novas contratações.
A companhia é controlada pela Prosus, conglomerado multinacional holandês que é a divisão internacional de ativos de Internet da multinacional sul-africana Naspers. No fim de janeiro, o grupo planejava cortar em 30% a força de trabalho corporativa, segundo informações da agência Bloomberg.
Outra razão apontada pelo Valor é o acordo firmado pelo iFood com o Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade), em fevereiro, que limita os contratos de exclusividade da plataforma com estabelecimentos no país.
A empresa nega qualquer relação entre o acordo e as demissões anunciadas hoje.
Fundado em 2011, o iFood é de origem brasileira e está presente também no México. Atualmente, tem 76% de participação nas entregas de refeições no Brasil, conforme dados da Statista, que faz esse tipo de análise.
Em outubro de 2022, a companhia anunciou o encerramento da sua operação na Colômbia, país que era a principal aposta da startup para crescer internacionalmente.
Recentemente, o Prosus anunciou a aquisição de 33,3% do iFood por € 1,5 bilhão (cerca de R$ 7,8 bilhões). A operação avaliou o negócio em algo entre € 4,5 bilhões e € 5,4 bilhões (cerca de R$ 27,30 bilhões).
Hoje o aplicativo registra mais de 70 milhões de pedidos por mês e possui mais de 330 mil restaurantes cadastrados na plataforma, com presença em 1,7 mil cidades e 220 mil entregadores em sua base.