Alexandre Maioral, presidente da Oracle Brasil. Foto: divulgação.
A Oracle acaba de anunciar a disponibilidade do Oracle Database@Azure, sua interconexão com a nuvem da Microsoft, em todo o Brasil.
Além disso, o serviço chega à Itália. Com a adição dos dois países, a solução agora está disponível em nove regiões: Austrália, Brasil, Canadá, Leste dos Estados Unidos, Oeste dos Estados Unidos, França, Alemanha, Itália e Reino Unido.
Até o final de 2025, o plano é expandir para outras 24 regiões, sendo onze delas dedicadas apenas à recuperação de desastres, como será o caso da região Sudeste do Brasil.
A cooperação da Oracle com a Microsoft começou no Brasil em 2021, quando as duas empresas firmaram contratos conjuntos com clientes como B3 e TIM. O que muda agora é que o banco de dados da Oracle está rodando efetivamente dentro dos datacenters da Azure no país.
“Essa colaboração com a Oracle ajuda nossos clientes a se adaptarem às condições do mercado, competirem de forma mais eficaz e oferecerem melhores experiências para seus clientes”, afirma Brett Tanzer, vice-presidente de gestão de produtos Azure da Microsoft.
Recentemente, a Oracle vem apostando com mais força nesse movimento de interconexão com os principais provedores de nuvem do mercado.
Em junho deste ano, a companhia também anunciou a interconexão da OCI com a Google Cloud em 11 regiões globais, incluindo a de São Paulo. Em setembro, veio o anúncio da interconexão com a Amazon Web Services (AWS), por enquanto em apenas uma região de nuvem.
No Brasil, o banco de dados da Oracle deve estar efetivamente dentro da Google Cloud em dezembro. Nos datacenters da AWS, a conexão deve ficar para “meados” do ano que vem.
“Esse é o começo da era multicloud. Estamos entrando em novos tempos nos quais os serviços de diferentes nuvens estão crescendo e as nuvens estão se tornando abertas. Não existem mais barreiras. Os clientes terão escolha e poderão usar várias nuvens juntas”, disse Matt Garman, CEO da AWS, em setembro deste ano quando participava de um evento da Oracle em Las Vegas.
De acordo com Alexandre Maioral, presidente da Oracle Brasil, esses acordos não devem diminuir os investimentos da Oracle em data centers e ofertas de aplicações. A ideia é ter mais um braço de possibilidades em clientes que hoje têm muita tecnologia dos outros players.
“É uma oferta muito focada para clientes que têm ou querem soluções Oracle e não têm a nuvem da Oracle. Alguns deles têm contratos bilionários com Microsoft, Google ou AWS, então essa é uma forma deles poderem, através do marketplace, consumir esses créditos”, explica Maioral.
O presidente ressalta que, no país, a realidade é muito diferente do resto do mundo, pois a região foi a primeira a pivotar para o modelo cloud e muitos clientes já estão na OCI e, para eles, a parceria não faz sentido. É o caso de players da indústria de telco, como TIM, Claro, Vivo e Algar.
“No Brasil, a parceria é super limitada, tem nome e F. A gente vai saber: este cliente, porque tem essa característica, essas condições, tem banco de dados Oracle em quase toda a base, mas é 90% Azure, 90% AWS”, conta Maioral.
Este é o caso da indústria financeira, vista pelo presidente como o segmento com maior potencial no Brasil para os novos acordos.
A Oracle não é nem de longe um player de computação em nuvem da dimensão da Microsoft, da Google ou da AWS, mas ainda assim concorre no mercado.
Segundo uma pesquisa recente da Stocklytics.com, a AWS tem 31% de market share global, enquanto a Microsoft tem 24% e a Google, 11%. A Oracle vem bem atrás, com apenas 2%. Alibaba, Salesforce, IBM e Tencent aparecem com fatias parecidas.
Luana Rosales 1q154x
Repórter no Baguete Diário