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Larry Ellison, presidente e CTO da Oracle. Foto: divulgação.
A Oracle e a Amazon Web Services (AWS), dois dos principais players globais do mercado de computação em nuvem, acabam de anunciar um acordo que permite aos clientes arem a base de dados da Oracle dentro da nuvem da AWS.
Batizado de Oracle Database@AWS, o serviço oferecerá o o ao Oracle Exadata, incluindo o Oracle Autonomous Database em infraestrutura dedicada e cargas de trabalho em execução no Oracle Real Application Clusters (RAC).
As funcionalidades devem estar disponíveis em versão prévia no final deste ano em apenas uma região de nuvem, mas o plano é aumentar a disponibilidade em 2025 de acordo com a demanda dos clientes. No Brasil, a conexão deve ficar para “meados” do ano que vem.
Segundo a empresa, a ideia é oferecer uma experiência unificada entre a Oracle Cloud Infrastructure (OCI) e a AWS, oferecendo istração simplificada do banco de dados, faturamento e e unificado.
Além disso, os clientes poderão conectar os dados do seu banco de dados a aplicativos em execução no Amazon Elastic Compute Cloud (Amazon EC2), serviços do AWS Analytics ou serviços avançados de inteligência artificial e machine learning da AWS, incluindo o Amazon Bedrock.
Para isso, haverá uma conexão de rede de baixa latência entre bancos de dados Oracle e aplicativos na AWS.
Larry Ellison, presidente e CTO da Oracle, destaca a existência de uma demanda enorme de clientes que usam múltiplas nuvens, com uma, duas ou até três infraestruturas diferentes. Segundo o executivo, essas nuvens ainda não funcionam tão bem juntas.
“Para atender a essa demanda e dar aos clientes a escolha e a flexibilidade que eles querem, a Amazon e a Oracle estão conectando os seus serviços. Com a OCI implantada dentro dos datacenters da AWS, podemos fornecer aos clientes o melhor desempenho possível de banco de dados e rede”, afirma Ellison.
Matt Garman, CEO da AWS, relembra que os clientes podem executar suas cargas de trabalho Oracle na nuvem desde 2008 e, neste período, muitas das maiores e mais sensíveis organizações do mundo escolheram implementar seu software Oracle na AWS.
“Esta nova e mais profunda parceria fornecerá serviços Oracle Database dentro da AWS para permitir que os clientes aproveitem a flexibilidade, confiabilidade e escalabilidade da nuvem mais amplamente adotada do mundo, juntamente com o software empresarial em que confiam”, afirma Garman.
COOPETIÇÃO MULTICLOUD
A Oracle tem apostado nesse movimento de interconexão com os principais provedores de nuvem do mercado nos últimos dois anos.
Em 2021, a companhia fechou um contrato parecido com a Microsoft começando pelo Brasil, onde as duas empresas firmaram contratos conjuntos com clientes como B3 e TIM. Em junho deste ano, veio o anúncio da interconexão da OCI com a Google Cloud em 11 regiões globais, incluindo a de São Paulo.
“Esse é o começo da era multicloud. Estamos entrando em novos tempos nos quais os serviços de diferentes nuvens estão crescendo e as nuvens estão se tornando abertas. Não existem mais barreiras. Os clientes terão escolha e poderão usar várias nuvens juntas”, destaca Garman.
De acordo com Alexandre Maioral, presidente da Oracle Brasil, esses acordos não devem diminuir os investimentos da Oracle em data centers e ofertas de aplicações. A ideia é ter mais um braço de possibilidades em clientes que hoje têm muita tecnologia dos outros players.
“É uma oferta muito focada para clientes que têm ou querem soluções Oracle e não têm a nuvem da Oracle. Alguns deles têm contratos bilionários com Microsoft, Google ou AWS, então essa é uma forma deles poderem, através do marketplace, consumir esses créditos”, explica Maioral.
PECULIARIDADES BRASILEIRAS
No Brasil, o banco de dados da Oracle deve estar efetivamente dentro da Azure no final de setembro e, da Google Cloud, em dezembro.
O presidente ressalta que, no país, a realidade é muito diferente do resto do mundo, pois a região foi a primeira a pivotar para o modelo cloud e muitos clientes já estão na OCI e, para eles, a parceria não faz sentido. É o caso de players da indústria de telco, como TIM, Claro, Vivo e Algar.
“No Brasil, a parceria é super limitada, tem nome e F. A gente vai saber: este cliente, porque tem essa característica, essas condições, tem banco de dados Oracle em quase toda a base, mas é 90% Azure, 90% AWS”, conta Maioral.
Este é o caso da indústria financeira, vista pelo presidente como o segmento com maior potencial no Brasil para os novos acordos.
QUEM É QUEM NO MUNDO DA NUVEM
A Oracle não é nem de longe um player de computação em nuvem da dimensão da Microsoft, da Google ou da AWS, mas ainda assim concorre no mercado.
Segundo uma pesquisa recente da Stocklytics.com, a AWS tem 31% de market share global, enquanto a Microsoft tem 24% e a Google, 11%. A Oracle vem bem atrás, com apenas 2%. Alibaba, Salesforce, IBM e Tencent aparecem com fatias parecidas.
Na opinião de Maioral, a empresa não deve fazer parcerias parecidas com os demais concorrentes. “As principais são essas. Com tudo que eu tô vendo, eu não acho que a gente vai abrir mais do que isso”, acredita.
A Oracle anunciou o acordo durante o Oracle CloudWorld, seu evento global que, neste ano, acontece em paralelo com o SuiteWorld, da subsidiária Netsuite. Juntas, as agendas reúnem mais de 25 mil pessoas de 150 países em Las Vegas durante os dias 9 e 12 de setembro.
*Luana Rosales participa do CloudWorld e do SuiteWorld, em Las Vegas, a convite da Oracle.