
Essa campanha é Friboi? Foto: divulgação.
O grupo JBS, dona da marca Friboi, lidera, ao lado da Ambev e a construtora OAS, a lista de empresas que estão financiando as campanhas dos candidados à presidência nas eleições desde ano.
Segundo matéria do Estadão, as três empresas são responsáveis por 65% do financiamento das campanhas eleitorais. O levantamento vem dos dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, da primeira rodada de prestações de contas das campanhas.
Até agora, os onze candidatos a presidente e seus comitês arrecadaram cerca R$ 31,2 milhões para as campanhas, com doações de empresas representando 91% desse montante.
As outras fontes de financiamento são públicas (6%), por meio de fundos partidários, assim como contribuições de pessoas físicas, que representam os 3% restantes.
A JBS lidera no quadro de doações, figurando como maior financiador da campanha para a reeleição de Dilma Rousseff, com R$ 5 milhões, assim como para a campanha do tucano Aécio Neves, também com R$ 5 milhões.
Eduardo Campos, do PSB, também recebeu fundos da JBS, no total de R$ 1 milhão. Com R$ 11 milhões investidos, a empresa constitui sozinha 35% do total geral desta primeira rodada de contas eleitorais.
Em resposta ao jornal por meio de sua assessoria, a empresa afirmou que faz esse tipo de doação há bastante tempo, para participar do processo político.
"Nossas doações seguem as relações que mantemos com os partidos, tanto nacionalmente quanto nos Estados, disse. As doações ao PT e ao PSDB foram maiores por conta da maior presença e pulverização desses partidos no país", disse a firma.
Ao namorar os presidenciáveis, a JBS quer manter as costas quentes (ou o rabo preso) com o próximo presidente do país. Nos últimos anos, a empresa recebeu cerca de R$ 30 bilhões em financiamentos de bancos públicos e privados.
Segundo dados divulgados em 2013, mais da metade deste total (R$ 18 bilhões), vem do BNDES, que oferece taxas de juros abaixo da média do mercado.
Quanto às outras empresas, a Ambev reou um total de R$ 6,7 milhões aos presidenciáveis do PT, PSDB e PSB. A OAS deu R$ 2,6 milhões, com contribuições para Aécio e Campos.
Entretanto, mesmo com os investimentos pesados, é esperado que muito mais dinheiro entre na conta das campanhas. Na corrida eleitoral há quatro anos atrás, a primeira parcial de contas representou 8,1% do total.
Aécio lidera por enquanto no ranking de arrecadação, com R$ 11 milhões. Dilma tem R$ 10,1 milhões para a campanha, enquanto Eduardo Campos corre atrás com R$ 8,2 milhões. Juntos, os três representam 94% do total.
Na parte de gastos, o candidato do PSDB também é líder, com gastos de R$ 6,6 milhões até o momento. Entre as despesas estão contas com marketing (R$ 3,7 milhões) e frete de jatinhos para viajar o país (R$ 319,2 mil).
Campos afirma já ter comprometido R$ 5,2 milhões do total arrecadado até o momento, enquanto o comitê da campanha de Dilma declarou gastos de apenas R$ 86 mil.