
A Kodak ressurgiu no final de 2013 com um foco na indústria gráfica. Foto: Divulgação.
O Brasil tem se destacado no processo de reestruturação da Kodak, que ressurgiu no final de 2013 com um foco na indústria gráfica, trabalhando com impressão digital e chapas de impressão. Em 2014, a receita no país teve um crescimento de dois dígitos percentuais. O índice é bem melhor que os 10% de recuo de receita da companhia no mundo.
Gilberto Farias, presidente da companhia no país, afirmou ao Valor o crescimento tem sido alcançado em todas as regiões do país, com destaque para o Norte e o Nordeste.
Prestes a completar 95 anos, a operação no Brasil tem hoje 78 pessoas, menos de um terço do que havia há três anos.
Os profissionais estão instalados em São José dos Campos, onde ficava uma das fábricas que a companhia mantinha no país (a outra era em Manaus). O terreno no interior de São Paulo, que costumava ser ocupado só pela Kodak, foi transformado em um conjunto empresarial istrado por ela própria.
Globalmente, a companhia tem 8 mil funcionários e uma receita anual na casa de US$ 2 bilhões. É um perfil bem diferente dos mais de 145 mil trabalhadores e da receita de US$ 19 bilhões que ela tinha em seu auge nos anos 90.
Além das impressoras de grande porte, a companhia tem investido na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para telas sensíveis ao toque e materiais industriais.
Por demanda dos cineastas que se recusam a fazer seus filmes com equipamentos digitais, a Kodak manteve seu negócio de películas.
Outra fonte de recursos é o licenciamento da marca para outras empresas. Tablets, pilhas, lentes para óculos, entre outros produtos são vendidos aos consumidores com o logo da Kodak, mas não são criados nem fabricados por ela.
Há cerca de um mês, a companhia foi alvo de uma medida antidumping no Brasil, que sobretaxa a importação de produtos que ela mais vende no país: chapas digitais sem químicos Sonora XP e Sonora News.
De acordo com Evandro Matteucci, gerente-geral e vice-presidente da divisão de sistemas de impressão para mercados emergentes, a companhia respeita, mas não concorda da decisão e vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Enquanto o processo se desenrola, o objetivo é manter os negócios funcionando normalmente. "Vamos continuar trabalhando, sem efeitos para os clientes", disse.