
Marcelo Claure. Foto: Divulgação.
Marcelo Claure deixou o cargo de COO do Softbank, uma decisão que pode significar o fim da atuação do mega fundo de investimentos japonês na América Latina.
Claure era o responsável pela operação latina, lançada em 2019, e também pela contratação de todo o time local.
De acordo com fontes ouvidas pelo Brazil Journal, o mais provável é que Claure monte um novo fundo, levando consigo o time da Softbank.
Com isso, a tendência seria que o fundo latino americano fosse engolido pela central em Tóquio e perdesse importância, segundo as fontes do Brazil Journal, que é bem informado sobre essas coisas.
O Softbank tem dedicado 10% de seus investimentos globais à América Latina.
“A América Latina é 2% da economia mundial, mas no Softbank ela é 10%, em grande parte graças ao prestígio do Marcelo lá dentro”, avalia uma fonte ouvida pelo Brazil Journal. “O pior cenário aqui é ela ser reduzida à sua dimensão real”, conclui a fonte.
Seria um baque para o ecossistema, porque a vinda do Softbank fez a região mudar de patamar em termos de o a capitais.
O Softbank tem quase US$ 8 bilhões investidos em 80 empresas na América Latina, incluindo nomes como a B, Unico, Hashdex, VTEX, Rappi, Avenue, Creditas, Loggi, Loft, QuintoAndar e Inter, para citar as mais conhecidas.
Em setembro, o Softbank anunciou que destinaria US$ 3 bilhões para criar seu segundo fundo para a América Latina, dos quais US$ 2,5 bilhões já foram alocados.
Claure é um executivo boliviano naturalizado americano que chegou a COO da Softbank depois da compra do controle da Brightstar, uma companhia de telefonia da qual foi um dos fundadores.
O profissional tinha um histórico de atritos internos, mas a gota d’água foi uma continha de US$ 2 bilhões.
Segundo deu no The New York Times (a feira de Acari é um sucesso), Claure achava que devia ganhar o valor pela sua atuação na virada do WeWork, um dos grandes investimentos da Softbank, e também na mega fusão das operadoras Sprint e T-Mobile.
O Softbank vem em má fase. O fundo investiu pesado em empresas de tecnologia chinesa (metade do capital foi só no Alibaba), que nos últimos tempos vem levando um aperto do Partido Comunista Chinês.