
Marcelo Tangioni, CEO da Mastercard no Brasil. Foto: divulgação.
A Mastercard está focada em ir além dos cartões, apostando em um leque de serviços e produtos em áreas como dados, geração de insights, verificação de identidade e autenticidade de usuários, além de prevenção a fraudes.
Hoje a companhia, que no ado era basicamente monoproduto, já conta com um portfólio com mais de 150 ofertas, muitas delas desenvolvidas internamente.
“O nosso modelo tradicional está, de certa forma, limitado a quem quer e pode emitir cartões. Temos muita oportunidade para diversificar nossa base de clientes e fontes de receita. Mas ainda estamos arranhando a superfície e, literalmente, na ponta do iceberg”, afirmou Marcelo Tangioni, CEO da Mastercard no Brasil, ao site NeoFeed.
Segundo o executivo, um dos focos da companhia ará a ser no segmento de segurança e identificação digital, onde concorre com idtechs como Unico e Idwall.
“Essa gama de serviços nos permite falar com locadoras de automóveis, empresas aéreas, de alimentos, varejo e operadoras de telecom. Também vemos muita oportunidade no segmento de saúde, pelo fato dele estar muito exposto no que diz respeito a dados”, destacou Tangioni.
O CEO não revelou ao NeoFeed números nem nomes de clientes que compõem essa nova carteira, mas ressaltou que a participação desses serviços no resultado total da operação brasileira está à frente da média global.
No primeiro trimestre de 2023, esse portfólio gerou uma receita líquida global de US$ 2,09 bilhões, alta de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior. Da receita total, de US$ 5,7 bilhões, ele representou 36,6%.
Na operação brasileira, segunda maior da Mastercard no mundo, a companhia vem fechando acordos com parceiros especializados em cada setor, como fornecedores de software. Nos últimos 12 meses, foram sete s.
Um desses acordos foi firmado com a Sempre Safe, consultoria paulista de cibersegurança.
Em maio do ano ado, a companhia também anunciou um sistema de pagamento em que o cliente sorri e acena as mãos para uma câmera no caixa com a solução da Payface, startup catarinense de pagamentos por reconhecimento facial.
A fintech faz parte do Start Path, um programa de aceleração de empresas da Mastercard.
Além disso, a multinacional desembolsou US$ 5 bilhões em aquisições nos últimos anos.
A mais recente foi a americana Dynamic Yeld, dona de uma plataforma para personalizar a experiência do cliente em segmentos como varejo, turismo e food services. A companhia pertencia ao McDonald’s e sua aquisição foi concluída no primeiro trimestre deste ano, por US$ 325 milhões.
A Mastercard fechou 2022 com 122,7 milhões de cartões de crédito em sua bandeira e um volume de 2,5 bilhões de transações nessa modalidade. A Visa, segunda colocada, registrou 67,4 milhões de cartões e 1,5 bilhão de transações.
“Apesar de ainda relevante e rentável, por conta do volume transacionado, esse mercado certamente vai entrar em declínio e isso exige que as bandeiras busquem, desde já, ocupar novos espaços”, explicou Fabrício Winter, sócio da RD Inteligência, consultoria especializada em serviços financeiros, ao Neofeed.
Com valor de mercado superior a US$ 350 bilhões, a Mastercard deve movimentar US$ 1,3 bilhão no Brasil em 2023, alta de 13% sobre o ano ado, conforme o IDC.