
Corinto Meffe está no Serpro. Foto: flickr.com/photos/fisl14
Corinto Meffe, diretor do Departamento de Integração de Sistemas de Informação da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento está no Serpro, com a função de assessor da diretoria da estatal federal de processamento de dados.
A transferência de Meffe foi comunicada pelo diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni, durante participação no Fórum de Software Livre, que encerrou em Porto Alegre neste sábado, 06.
Apesar da atribuição um pouco vaga de "assessor" está claro qual será a missão da nova contratação do Serpro.
O executivo foi o responsável pela organização do Portal do Software Público, que hoje disponibiliza 62 softwares livres para diferentes áreas da istração pública, oriundos tanto de órgãos de governo como de empresas privadas e deve ajudar o Serpro a aumentar a sua prestação de serviços em prefeituras.
Em fevereiro, o Ministério das Comunicações anunciou planos de oferecer sistemas de gestão e instalação de fibra ótica para 80 cidades brasileiras com menos de 50 mil habitantes, 15 delas na Região Sul [veja mais abaixo], dentro do Programa Cidades Digitais.
“Vamos oferecer um pacote na nuvem com portal de transparência e gestão para saúde, educação e istração municipal”, afirma Marcos Mazoni, destacando que eventualmente a plataforma poderá estar disponível gratuitamente para mais cidades, dentro dos planos da presidente Dilma Rousseff de atender a “demanda popular por mais qualidade nos serviços públicos”.
Parte do pacote de gestão oferecido na nuvem pelo Serpro será ERP para municípios e-Cidades, liberado pela gaúcha DBSeller no Portal do Software Livre.
“A maioria dessas cidades hoje não usa nenhum software de gestão integrada”, afirma Mazoni, dentro da linha de Brasília de acordo com a qual a oferta de ERPs para prefeituras não configura concorrência ilegítima porque as cidades atendidas são incapazes de comprar outra alternativa.
Além do Cidades Digitais, o Ministério do Planejamento deve abrir em breve um edital para investir R$ 2 milhões em melhorias no e-Cidades, através do Serpro ou de uma fábrica de software terceira, visando resolver problemas de 55 cidades que relataram bugs.
Durante o Fisl, Mazoni sinalizou que acredita que o governo deve fazer mais investimento direto em soluções de código aberto para “retribuir” o que a istração pública tem ganho com o uso de software open source.
“Todos os nossos portais são construídos em cima de Zope e Plone e no entanto a contribuição do Serpro no desenvolvimento é muito pequena”, exemplificou Mazoni, citando o caso da dobradinha de gerenciamento de conteúdo e servidor de aplicações usado em muitos sites do governo.
Um maior envolvimento do Serpro no mercado de softwares para prefeituras ou no desenvolvimento de software de código aberto em geral deve gerar uma reação de entidades empresariais de TI, que criticam a estratégia como intervenção excessiva no mercado.
QUEM
Os municípios do Rio Grande do Sul no Programa Cidades Digitais.são Candelária, Jari, Não-Me-Toque, Nova Bassano, Santo Ângelo e São Miguel das Missões. A única cidade de Santa Catarina é Joaçaba. O Paraná teve oito anunciadas: Assis Chateaubriand, Bandeirantes, Ibiporã, Palmas, Quatro Barras, Santa Cecília do Pavão, São Miguel do Iguaçu e Toledo.