
Será que a Linx vem na caixa? Foto: Divulgação.
O Mercado Livre, maior e-commerce da América Latina, está avaliando a compra da Linx, empresa de software de gestão para o varejo, hoje nas mãos da Stone.
O interesse é recente: segundo revela o Brazil Journal, o Mercado Livre começou a avaliar a compra nas últimas duas semanas.
A Stone colocou a Linx à venda há cerca de um mês, e o prazo para que os interessados enviem suas propostas se encerra no final de outubro.
E a compra faz sentido? Por um lado, o Mercado Pago, banco digital do Mercado Livre lançou no início deste mês um software de gestão para pequenas e médias empresas focado no gerenciamento de vendas e do estoque nos diversos canais (das lojas físicas ao online).
Por outro lado, a dificuldade de gerar sinergias com a Linx é um dos motivos pelos quais a Stone, uma empresa de pagamentos, decidiu colocar o ativo à venda quatro anos depois de uma compra bilionária.
Segundo o Brazil Journal, também estão de olho na Linx os fundos GIC e Advent, além da Constellation, uma companhia canadense especializada em adquirir fornecedores de software empresarial.
De acordo com as fontes do Brazil Journal, ainda existem outras duas empresas no páreo. São os chamados "players estratégicos", empresas do ramo de software, uma americana e outra europeia, ambas sem presença na América Latina.
Ainda de acordo com o Brazil Journal, “ao que tudo indica”, a Totvs ainda não está no processo, ainda que bancos envolvidos acreditem que ela possa entrar no páreo na última hora.
O comportamento da Totvs deve ser a chave para o futuro da Linx. Isso porque, segundo alguns analistas, a compra faz mais sentido para a Totvs do que para qualquer outro concorrente.
Pelas contas do Itaú BBA, a compra faria sentido para a Totvs se o valor ficar entre R$ 2,2 bilhões e R$ 3,8 bilhões.
Vale lembrar que a Stone pagou R$ 6 bilhões pela Linx em 2020, 90% dos quais em dinheiro, depois de um ano inteiro disputando o ativo com a Totvs, cuja melhor oferta foi R$ 6,1 bilhões em dinheiro e ações, resultando numa nova Totvs na qual os atuais acionistas da Linx teriam 24%.
Na sua proposta de venda para os interessados (o famoso pitchbook), a Stone coloca um preço de R$ 4,5 bilhões na Linx para começar a negociação, o equivalente a 15 vezes o EBITDA projetado da empresa para este ano.