SURFACE

Microsoft e Dell discutem a relação 43191x

21 de outubro de 2015 - 16:52
Satya Nadella e Michael Dell, no palco do Dell World.

Satya Nadella e Michael Dell, no palco do Dell World.

Michael Dell e Satya Nadella, CEOs da Dell e da Microsoft, aproveitaram a abertura do Dell World para fazer o que poderia ser descrito como uma discussão da relação (a temida “DR”) entre as duas companhias.

O motivo é o lançamento do Surface Pro 4, última versão do tablet-notebook da Microsoft, que está sendo saudado pela crítica especializada como um dos melhores equipamentos disponíveis no mercado, e, ao mesmo tempo, uma bola nas costas de parceiros de hardware de longo tempo da empresa, como a Dell.

A conversa dos dois executivos foi mediada por Emily Chang, âncora do programa de TV sobre tecnologia Bloomberg West, que foi direto ao ponto, perguntando se, com o lançamento do novo Surface, a Dell e Microsoft tinham deixado de ser “friends” para “freenemies”, jargão que descreve companhias que mantém relações ambíguas com aspectos de colaboração e competição.

“Eu vejo o Surface Pro 4 como um esforço da Microsoft por levar o PC para novos lugares. Para ser um navio quebra gelo abrindo novos espaços no mercado”, afirmou Dell, em um início diplomático.

Nadella, por sua vez, disse que “a relação das duas empresas é baseada em atender bem ao consumidor” e não sobre “questões geopolíticas da indústria de tecnologia”. 

Perguntado por Emily se ele havia ligado para Dell para avisar do futuro lançamento, o CEO da Microsoft desconversou, dizendo que a decisão foi tomada antes dele assumir.

Depois o CEO da Dell elaborou mais a resposta, chegando ao cerne do assunto e o motivo pelo qual a Dell (junto com a HP) inclusive colocou o lançamento da Microsoft no seu portfólio para o público corporativo: a empresa não se sentiria ameaçada pelo novo competidor.

“O volume de vendas do Surface não é muito alto, ao contrário do preço”, afirmou Dell, fazendo a audiência rir. Depois, o CEO ainda agregou: “nós teremos um produto mais barato que venderá 100 vezes mais”.

É verdade que o Surface 4 Pro não é para qualquer bolso. O preço inicial é de US$ 899 no modelo mais básico, podendo chegar a US$ 2 mil nas configurações mais avançadas. Isso nos Estados Unidos. 

Não há previsão de lançamento ou preços para o Brasil, onde, no cenário econômico atual, o novo gadget pode acabar custando uma pequena fortuna. 

Outros parceiros da Microsoft não reagiram tão bem quanto Dell. Na semana ada, Gianfranco Lanci, presidente e COO da Lenovo, revelou que a empresa se negou a fazer como a Dell e a HP e vender o produto da Microsoft.

A Lenovo compete mais diretamente com a Microsoft nesse segmento de tablet-notebook, tendo lançado recentemente o Miix 700, defindo por analistas como um clone do Surface, com um teclado que se ajusta magneticamente ao tablet.

Outra diferença entre as empresas é que enquanto a Dell tem buscando ampliar seu porfólio (como mostra a recentemente aquisição da EMC) e tem uma presença forte de serviços, dependendo por tanto menos das vendas de PCs, a Lenovo está mais firmemente amarrada nesse mercado, com menos alternativas.

Durante seu keynote, Dell mencionou a estimativa que existiriam no mundo 600 milhões de PCs com mais de três anos, e, pelo menos em tese, merecendo uma renovação (com pequenas diferenças o argumento tem sido usado por outros fabricantes como a HP, virando uma espécie de mantra). 

Mesmo assim, as vendas parecem cair num poço sem fundo. Dados da IDC apontam uma redução de 10,8% na comercialização no último trimestre, para cerca de 71 milhões de unidades. O declínio é quase tão grande quanto os 11,8% de redução do trimestre anterior.

No final das contas, Lenovo, Dell, HP, Microsoft estão todos no mesmo barco. A prova disso é que as quatro, mais a Intel, lançaram nos Estados Unidos uma campanha chamada “PC Does What?” visando estimular os consumidores a trocarem seus PCs com quatro ou cinco anos de idade por um novo equipamento com Windows 10.

É o primeiro esforço conjunto das fabricantes visando reverter ou ao menos amenizar o derretimento das vendas de PCs em nível global criado pela atração cada vez maior pelos dispositivos móveis.

Parece que, da maneira como estão as coisas, os fabricantes de PCs já ficam felizes se os consumidores decidirem comprar um novo PC. Qualquer PC.

* Maurício Renner cobre o Dell World em Austin a convite da Dell.

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