
MIT fechou as portas para Huawei e ZTE. Foto: Pixabay.
O MIT decidiu não se engajar em novas pesquisas envolvendo colaboração com Huawei e ZTE, duas gigantes chinesas de telecomunicações que estão no centro de uma crise com o governo americano.
Em carta divulgada na Internet, pesquisadores da universidade americana, uma instituição de ponta em nível mundial, apontam que o MIT tem um processo de “avaliação de risco” para decidir suas colaborações.
“Uma atenção especial é prestada a riscos relacionados com propriedade intelectual, controles de exportação, segurança e direitos civis”, afirma a carta, no que parece ser uma lista da pauta de conflito do governo americano com Huawei e ZTE.
Dentre as duas empresas a Huawei é, de longe, quem tem maiores problemas no momento.
A CFO da Huawei, Meng Wanzhou, que está presa no Canadá a pedido da Justiça americana desde dezembro, podendo ser deportada e enfrentar julgamento nos Estados Unidos.
A acusação é que a executiva teria organizado um esquema para fazer exportações de equipamento para o Irã a partir dos Estados Unidos, o que é proibido pela lei americana, uma vez que os iranianos estão sob embargo comercial.
Na esteira dessa acusação, surgiu outra, afirmando que a multinacional chinesa teria roubado propriedade intelectual da T-Mobile em 2012.
Os problemas acontecem em meio a escalada de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, na qual os dois lados estão buscando aliados.
Em uma das frentes da disputa, os Estados Unidos querem que o Canadá deixe a Huawei de fora dos possíveis provedores de infraestrutura para a próxima geração de redes de 5G.
Austrália e Nova Zelândia já tomaram essa decisão, alegando riscos de segurança nos equipamentos da Huawei, que poderiam ser usados pelo governo chinês para fins de espionagem.
Recentemente, executivos da empresa foram acusados de espionagem na Polônia.
Acordos com universidades, como os que o MIT rompeu agora, são parte da estratégia de desenvolvimento de produtos da Huawei em todo o mundo, e não é diferente no Brasil.
Ao longo dos últimos anos os chineses tem feito um esforço para incrementar sua presença no Brasil por meio de dezenas de acordos de pesquisa com diferentes universidades.