
O José Leite Lopes é participante do Nave, um programa de ensino desenvolvido pelo Oi Futuro. Foto: Divulgação.
O colégio estadual carioca José Leite Lopes terá um fab lab para ampliar os projetos de criação dos estudantes.
Um fab lab é como são conhecidos os chamados laboratórios de fabricação, locais que reúnem equipamentos de prototipagem como impressoras 3D
O José Leite Lopes é participante do Nave, um programa de ensino médio profissionalizante desenvolvido pelo Oi Futuro em parceria com as secretarias de estado de educação do Rio de Janeiro e Pernambuco.
A iniciativa, bancada em parte pela Oi, une uma escola pública de ensino médio a cursos técnicos em tecnologias digitais, até agora em temas como roteiros para mídias sociais, multimídia e programação de jogos..
Segundo Fabio Campos, gestor de Educação do Instituto Oi Futuro, a ideia é implantar o novo espaço de produção no colégio carioca para o começo do ano letivo de 2016.
“Alguns dos equipamentos em que vamos investir são impressoras 3D e kits para desenvolvimento de sistemas com Arduino”, detalha Campos.
Atualmente, a instituição conta com cerca de 400 estudantes distribuídos nos três anos do ensino médio. Entre os alunos, cerca de 50% estão focados no curso técnico de multimídia, enquanto a outra metade se divide em roteiro e programação.
Neste ano, a Oi investiu R$ 5 milhões para manter o projeto - para o qual compra equipamentos e licenças de software, além de bancar professores para as disciplinas que vão além do currículo escolar tradicional.
Para o ano letivo de 2015, houve um procura de mais de 4 mil alunos para ocupar as menos de 200 vagas abertas para a nova turma de primeiro ano do ensino médio do NAVE/RJ.
Não é apenas o currículo especial que atrai os estudantes. Em 2015, pelo quarto ano consecutivo, as escolas do programa conquistaram a liderança nos rankings de suas redes estaduais de ensino.
Em 2013, a Microsoft reconheceu as duas unidades do NAVE entre as escolas mais inovadoras do mundo.
O NAVE Rio, eleito anualmente pelo Programa Escolas Inovadoras da Microsoft desde 2009, hoje faz parte do Microsoft World Tour, grupo de intercâmbio composto pelas 33 escolas mais inovadoras do mundo.
O intuito de criar o fab lab é ampliar o tipo de trabalho desenvolvido pelos alunos na disciplina de projeto integrado, em que estudantes dos três cursos técnicos se reúnem em grupos para desenvolver um produto que una todas as áreas. Atualmente, a aula rende diversos aplicativos e jogos.
Desde sua criação, em 2006, o NAVE registrou mais de 25 jogos publicados por alunos em lojas digitais, contabilizando mais de 600 mil s e mais de 20 games selecionados para o Festival Brasileiro de Jogos Independentes (SB Games).
Nesta semana, um grupo de alunos da instituição lançou na PlayStore o jogo casual Croma, que tem uma sistemática “viciante” de destruição de peças coloridas a partir da união das cores primárias necessárias para criar a cor que aparece da tela.
Os fab labs (laboratórios de fabricação) são espaços compartilhados composto por máquinas de fabricação digital, ferramentas eletrônicas e softwares.
Este tipo de ambiente surgiu no MIT (Massachusetts Institute of Technology), junto ao laboratório CBA (Center for Bits and Atoms) e ao MIT Media Lab, que tem o objetivo de democratizar a fabricação digital, baseado em um sistema colaborativo.
O fab lab tem o objetivo de promover a inovação a partir da interdisciplinaridade, com a união de profissionais e makers no mesmo espaço. Além disso, possibilita que pessoas desenvolvam protótipos e novos produtos a partir de investimentos menores, pois não é necessário adquirir equipamentos próprios.
O Brasil atualmente conta com pelo menos 15 fab labs, tanto independentes - como o Garagem FabLab, em São Paulo - quanto ligados a organizações educacionais - que tem o FabLab Facens, da faculdade de engenharia de Sorocaba, como exemplo. No Rio de Janeiro, há um ambiente de fabricação digital ligado ao SENAI.
* Júlia Merker viajou ao Rio de Janeiro a convite da Oi.