
João Dionisio Amoêdo. Foto: divulgação.
Porque alguns países criam smarphones, enquanto o Brasil inventa um novo padrão de tomadas único no mundo e sem maior propósito aparente?
Para João Dionisio Amoêdo, ex-vice-presidente do Unibanco e principal portavoz do Partido Novo, a resposta é clara: um estado grande, caro e intrometido demais, que sufoca o empreendedorismo verdadeiro e coloca no lugar um sistema no qual o bom mesmo é ter influência, saber o que está nos planos e vender adaptadores.
Amoêdo esteve em Porto Alegre nesta quarta-feira, 18, falando para um público de cerca de 50 pessoas e expondo o credo político liberal do novo partido, atualmente ainda em fase de fundação. [A meta são as próximas eleições municipais, em 2016].
Para uma audiência formada em boa parte por convertidos, Amoêdo reou os principais pontos do programa macro do Partido Novo, que defende a redução do tamanho do estado e o aumento do espaço para atuação das forças de mercado na sociedade.
“Porque os Correios são monopólio do governo? Porque ter participação em 680 empresas? Porque o trabalhador deposita seu dinheiro do FGTS na Caixa Econômica?”, questionou Amoêdo, dando uma ideia do que pode consistir a aplicação micro dos conceitos marcro.
Atualmente nos conselhos de istração do Itaú BBA e da João Fortes Engenharia, Amôedo defendeu a criação de um novo partido - hoje existem 31 no país - como uma única maneira de estabelecer uma alternativa não compremetida com a expansão indefinida do governo.
“Quando maior o poder e os recursos da máquina pública, mais interessados em se beneficiar vão aparecer. Quem se beneficia do processo não pode detê-lo”, analisou o economista.
Sem mencionar nomes, Amôedo fez uma crítica a PT e PSDB, que, na opinião do fundador do Novo, disputam o poder por meio de uma competição para ver quem consegue prometer mais do mesmo, sem um verdadeiro debate entre ideias alternativas para o país.
“Um chega lá e promete um salário mínimo de R$ 700, só para o outro prometer um de R$ 800”, lembrou Amôedo, em uma referência a um dos temas da campanha eleitoral de 2010, quando o então candidato José Serra (PSDB) buscou superar Dilma Rousseff (PT). “O que ninguém diz é que um salário de R$ 800 significa 0 empregos para quem tem uma qualificação que não vale isso”.