
A Oi ainda tem participações em outras duas empresas angolanas. Foto: Flickr.
A Oi fechou o contrato de venda dos 25% que possui na operadora angolana Unitel por US$ 1 bilhão, o que significa cerca de R$ 4,16 bilhões.
De acordo com o site TeleSíntese, o comprador é a Sonangol, petroleira local dona de outros 25% das ações da operadora africana.
A empresa deve pagar US$ 750 milhões, o equivalente a R$ 3,12 bilhões, já nesta sexta-feira e o restante em 90 dias.
Ainda segundo o site, a venda do ativo estava prevista no plano estratégico da companhia para acontecer até o final de 2019. Ela também constava no plano de recuperação judicial homologado em 2018.
A entrada de dinheiro deve reforçar o caixa da Oi, ampliando o fôlego da companhia para manter a trajetória de investimentos em banda larga por fibra e na rede móvel, conforme o plano estratégico divulgado em meados de 2019.
Em novembro, a companhia apresentou a oitava retração seguida do caixa, e fechou o mês com a menor reserva, cerca de R$ 2 bilhões, registrada desde 2016, quando entrou em recuperação judicial.
O TeleSíntese ainda informa que o dinheiro da venda da Unitel soma-se a R$ 2,5 bilhões em debêntures que a companhia está emitindo, e a R$ 669 milhões que virão, ainda que parceladamente, de superávit obtido pelo fundo de pensão Sistel, do qual é uma das patrocinadoras.
A estimativa recente do banco BTGPactual dava conta de que a Oi precisaria de ao menos R$ 3,7 bilhões em caixa para prosseguir com sua estratégia de turnaround neste ano, e de R$ 6,5 bilhões para os próximos dois anos.
Além disso, há expectativa de venda de rede de fibra no estado de São Paulo, de torres e de data centers ainda em 2021, o que pode acrescentar mais R$ 2 bilhões ao caixa.
De acordo com o site, as ações da operadora vem se valorizando desde segunda-feira, 20, e os papéis ON já subiam 8% com a notícia, cotados a R$ 1,06.
A Oi ainda tem participações em outras duas empresas angolanas, com 40% da Multitel e 55% da Elta.
No continente africano, a empresa também tem participações em empresas de Cabo Verde, Macau, Moçambique, Namíbia, Quênia, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Algumas delas foram herdadas através da antiga PT Participações, após a aquisição do controle da Portugal Telecom, em 2013.