
Negociação direta na Oracle. Foto: Divulgação.
A Oracle fechou um acordo coletivo de trabalho com o Sindpd em São Paulo, a primeira vez que a multinacional negocia diretamente com o sindicato de profissionais de TI sobre condições salariais.
Uma assembleia virtual com cerca de 1 mil funcionários da companhia aprovou um reajuste de 4.48% sobre o salário de janeiro de 2019 e outro de 5,45% sobre o de janeiro de 2020, além de um uma cláusula especial que prevê o ree de 8% do valor referente ao recolhimento mensal do FGTS nesse período.
Funcionários que tiveram aumentos salariais individuais durante 2020 e 2021 terão os valores dos respectivos aumentos somados aos salários ajustados com as percentagens acima.
“Fazendo esse acordo junto de uma empresa parceira como a Oracle, nós estamos quebrando um paradigma para ambos os lados”, festejou Antonio Neto, presidente do Sindpd.
Neto destaca que muitos sindicatos tem fechado acordos com reajustes abaixo do índice da inflação, o que não é o caso dos índices acertados com a Oracle.
O acordo substitui a convenção coletiva, cuja negociação é feita entre o sindicato dos funcionários e o sindicato patronal, valendo para todas as empresas e funcionários afetados.
No caso de São Paulo, essa negociação entre sindicatos (a contraparte do Sindpd é o Seprosp) ficou num ime nos últimos anos e está em litígio no Tribunal Regional do Trabalho.
Até agora, a Oracle só negociava diretamente com o sindicato os valores dos programas de participação nos resultados, o que pode ser feito sem a necessidade de um acordo coletivo.
Com a sua decisão, a Oracle resolve o seu problema interno de reajuste salarial, mas enfraquece a posição de barganha das empresas de TI como um todo nessa negociação e nas futuras.