
Vacina estimulou a resposta imune, mas também causou efeitos colaterais. Foto: Pexels.
A Pfizer, gigante americana do ramo farmacêutico, e a BioNTech, empresa de biotecnologia, produziram uma vacina para a Covid-19 que demonstrou bons resultados em testes com humanos.
Segundo a revista Exame, a vacina estimulou a resposta imune dos pacientes saudáveis, mas também causou efeitos colaterais, como febre, em doses mais altas.
Em estudo randômico nos Estados Unidos, a empresa farmacêutica testou 45 voluntários, que receberam três doses da vacina ou placebo.
Destes, 12 receberam uma dose de 10 microgramas, outros 12 tomaram 30 microgramas, mais 12 receberam uma dose de 100 microgramas e nove foram tratados com a versão em placebo da vacina.
A vacina foi capaz de gerar anticorpos contra a Covid-19 e alguns deles neutralizaram o vírus, o que pode significar que é capaz de parar o funcionamento dele, mas ainda não se sabe se esse nível mais alto de anticorpos é realmente capaz de gerar imunidade à doença.
Quanto aos efeitos colaterais, a dose mais alta, de 100 microgramas, causou febre em metade dos participantes do teste. Por isso, o grupo não recebeu uma segunda dose.
Depois de uma segunda dose da injeção três semanas depois da primeira, 8,3% dos participantes do grupo de 10 microgramas e 75% do grupo de 30 microgramas também tiveram febre.
Outro sintoma apresentado foram distúrbios de sono. De acordo com os pesquisadores, os os efeitos colaterais não foram considerados sérios e não resultaram em hospitalizações.
As empresas não divulgaram as diferenças dos efeitos da vacina por gênero, etnia ou faixa etária.
A Pfizer irá conduzir novos estudos em breve para provar que quem tomou a vacina é 50% menos vulnerável ao vírus. As próximas fases do teste também serão focadas nos Estados Unidos.
Se tudo der certo, a expectativa da companhia é produzir até 100 milhões de doses da vacina até o final deste ano e mais 1,2 bilhão até o final de 2021.
Com os resultados positivos, a Pfizer viu suas ações subirem mais de 4% na bolsa americana.
Ainda de acordo com a publicação, outras vacinas também já estão sendo testadas em humanos, como é o caso da produzida pela Moderna e também a da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca.
Mais de 200 vacinas estão sendo desenvolvidas atualmente, mas nenhum medicamento ou vacina contra a Covid-19 teve eficácia comprovada até o momento para uso regular.
As pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina já contam com o financiamento de pelo menos US$ 20 bilhões no mundo. Desse valor, US$ 10 bilhões foram liberados por um programa do Congresso dos Estados Unidos.