
Funcionários da Procempa protestam na Câmara de Vereadores. Foto: Sindppd-RS.
A Procempa, empresa estatal de TI da prefeitura de Porto Alegre, entrou em greve nesta terça-feira, 10.
Em nota, o Sindppd-RS, sindicato que representa os funcionários da Procempa, afirma que não aceita a proposta de reajuste zero feita pelo executivo municipal.
De acordo com o sindicato, esse seria o terceiro ano sem reajuste na Procempa, resultado em uma perda de salário real de 13% no acumulado do período devido à inflação.
A proposta do executivo envolve ainda a redução do anuênio e cortes nos auxílios alimentação e refeição, além do fim da licença-prêmio.
A Procempa tem parado com frequência nos últimos tempos. A última greve foi convocada em junho de 2018. Outra já havia sido feito em novembro de 2017.
A estatal tem 300 funcionários e é responsável pela manutenção e desenvolvimento de sites de secretarias e órgãos públicos municipais, além de manter uma rede de fibra ótica na cidade, a Infovia.
O Sindppd-RS anda inspirado com o assunto greves: no final de agosto iniciou uma paralisação na Procergs, estatal estadual de processamento de dados. A Procergs para em média uma vez a cada istração estadual.
A nova greve na Procempa acontece num contexto de desentendimentos sucessivos entre o executivo e a gestão da empresa e o sindicato.
Recentemente, a Procempa deu os primeiros os para uma licitação de fábrica de software no total de 11,5 mil pontos de função e 2,2 mil horas entre consultoria e treinamento.
De acordo com o que o Baguete pode apurar com fontes de mercado, essa é a primeira grande licitação da Procempa para fábrica de software, com um valor final que deve girar entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.
O Sindppd-RS esteve na Câmara de Vereadores denunciando a contratação da fábrica de software, cuja contratação é vista pelo sindicato como uma manobra para “esvaziar” a Procempa.
Durante a campanha eleitoral e depois de eleito, o prefeito Nelson Marchezan (PSDB) fez repetidos comentários sobre a necessidade de mudanças drásticas na Procempa, uma companhia que na opinião do prefeito está inchada e custa caro para o contribuinte.
A nomeação para presidência de Paulo Miranda, ex-secretário Municipal da Informação e Tecnologia da Prefeitura de Curitiba, parecia sinalizar mudanças.
Isso porque Curitiba, onde o novo presidente da Procempa foi secretário, não tem uma estatal municipal de processamento de dados.
Esse papel é executado pelo ICI (Instituto das Cidades Inteligentes), uma associação sem fins lucrativos focada em fornecer soluções de tecnologia para diferentes prefeituras, incluindo a capital paranaense.
Nos últimos meses, no entanto, a Procempa parece ter saído do foco de atenção de Marchezan, que tem que lidar com uma crise fiscal na cidade, além com uma série de brigas dentro da própria prefeitura, incluindo uma decisão recente de exonerar os CCs do próprio vice-prefeito, cujo partido, o PP, abandonou a coalizão de governo.