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RBS quer sacudir digital 56603f

Empresa fala em “novo ciclo”, com contratação da Meta e Decoupling. 6rg6h

07 de dezembro de 2022 - 08:33
Marcelo Leite. Foto: Divulgação

Marcelo Leite. Foto: Divulgação

A RBS, um dos maiores grupos de comunicação do país, está dando início ao que chamou de um “novo ciclo digital”, com a contratação de consultorias especializadas e modificações na sua estrutura interna. 

A empresa contratou a Meta, uma companhia gaúcha especializada em tecnologia que já trabalhou com desenvolvimento ágil de software para a Globo, de quem a RBS é a retransmissora no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Com mais de 3 mil funcionários, a Meta está acostumada a entregar projetos de porte em empresas como Lojas Renner e Dell.

A RBS também contratou a Decoupling, uma consultoria americana com um background mais acadêmico, fundada nos Estados Unidos por Thales Teixeira, um brasileiro que é professor na Universidade da Califórnia e lecionou na área de marketing da prestigiada Harvard Business School. 

O outro cofundador é Leandro Guissoni, professor na área de marketing da FGV em São Paulo.

A Decoupling é focada em “disrupção digital”, já tendo prestado serviços para empresas como Youtube, Netflix e Samsung.

Internamente, a iniciativa está sob o comando do ex-diretor-executivo de marketing do Grupo RBS, Marcelo Leite, agora à frente da área Digital e Transformação, sob a qual ficam TI, dados e operações de jornais. 

Leite foi contratado pela RBS em 2010 para liderar a área de “classificados digitais”.  

Hoje o termo parece algo retrô, mas na época se tratava de uma iniciativa chave da empresa para substituir a receita dos velhos classificados, um tipo de publicidade hoje em extinção. 

Leite foi gerente sênior de marketing na Dell, onde chegou a responder pelas vendas para pequenas e médias empresas na América Latina.

“Já temos um caminho percorrido no digital, com muitas realizações, mas, considerando o potencial de crescimento, há muito ainda a percorrer. Neste ano, preparamos o terreno para em 2023 implementarmos um novo ciclo de evolução na RBS”, afirma Leite.

Uma consultorias de peso, uma consultorias de nicho e um profissional cacifado internamente, por tanto. Mas o que significa tudo isso na prática?

Como acontece muitas vezes nesse tipo de comunicados e mais em indústrias sob pressão como a de mídia, a RBS é algo vaga sobre seus objetivos. 

A empresa fala em “promover um crescimento disruptivo” e em “revisar e ampliar a estratégia digital”, visando “uma atuação ainda mais assertiva com foco em s e experiência do usuário”.

O principal produto digital da RBS hoje é o GZH, uma reformulação da presença digital do jornal Zero Hora, lançado há cinco anos, hoje com 100 mil s exclusivamente digitais, média de 12 milhões de usuários e 58 milhões de visualizações de página mensais.

Pelo background da Decoupling, este repórter apostaria que a RBS quer entrar forte em streaming de conteúdo, modalidade de consumo que é visto como o futuro na área de comunicação e na qual a Globo já aposta pesado com o seu GloboPlay.

Uma mudança prática importante é a implantação de um “processo de RH Tech para recrutamento e seleção de talentos do digital” e a “cocriação de um programa de treinamento de desenvolvedores em parceria com empresas de tecnologia”.

Como muitas coisas na RBS, os planos a nível de recursos humanos tem uma dose de vai e vem estratégico.  

Entre 2011 e 2015 a empresa teve uma operação no Tecnopuc, parque tecnológico da PUC-RS que está entre os líderes no seu campo no Brasil, focada mais ou menos nisso.  

Em termos algo mais práticos, a RBS também fala de expansão para o interior do Rio Grande do Sul, o que também é um vai e vem, porque a empresa se retraiu um pouco para Porto Alegre nos últimos anos.  

Os planos da RBS ganham peso porque a empresa está atravessando uma grande transição de comando, que, dentro do seu estilo, envolve velhos conhecidos.

Nelson Sirotsky, ex-CEO da companhia e filho do fundador, está liderando um novo grupo de acionistas que vão assumir gradualmente o controle da RBS (Nelson, por muitos anos a cara da RBS, se afastou por um período em um projeto de transição de comando mal sucedido).

As mudanças se dão por meio de uma compra de valor não revelado pelo TKPar, um veículo de investimento formado para comprar as participações de integrantes da família Sirotsky, assumindo o controle até o final de 2024.

O interessante é que a RBS não revelou quem são os demais integrantes do TKPar, fazendo mistério e falando apenas em “empresários gaúchos dos setores imobiliário, agronegócio e áreas financeira e de inovação”.

No aspecto tecnológico, as mudanças devem ser turbinadas pelo RBS Ventures, um novo fundo de investimento, ou, como a empresa chama, um “media capital”.

A diferença entre a RBS Ventures e um fundo tradicional é que ela quer aportar “mídia” no lugar de capital para acelerar suas investidas.

O alvo são startups que tenham a própria comunicação como foco, ou façam parte de segmentos que se beneficiem especialmente de visibilidade na mídia, como educação, serviços, entretenimento e financeiro.

A RBS já tem uma investida: a Player 1 Gaming Group, em sociedade com a Globo Ventures. A P1GG é um spin-off da área de Games da Globo e uma das principais plataformas e ecossistema de games e e-sports do Brasil. Outras 50 estão em análise. 

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