
Blitz Pilsen, mais conhecido como SAP.
A Sankhya deu uma cutucada indireta na SAP em um dos anúncios da sua última campanha publicitária, estrelando Bernardinho, ex-técnico da seleção brasileira de vôlei.
Os anúncios mostram declarações de dois técnicos após uma partida de vôlei.
Bernardinho, do time Sankhya, destaca os méritos do sistema da sua equipe (o ex-treinador, hoje um bem sucedido palestrante e investidor em empresas é embaixador da marca desde 2021).
A graça do anúncio são as declarações de Blitz Pilsen, técnico de um time sem nome que joga de azul. A ressonância germânica do nome e a cor do uniforme remetem indiretamente à gigante alemã SAP.
“O meu sistema do meu jeito basta”, explica o técnico, com sotaque alemão. “Investindo para crescer?”, pergunta uma jornalista. “Dólares, para crescer mais dólares”, responde Pilsen.
Depois de um intervalo com Bernardinho, Pilsen retorna para concluir: “A nossa equipe está adaptada, adaptada com os problemas”.
A campanha da Sankhya já está no ar há quatro meses, mas, infelizmente, tinha ado despercebida pela reportagem do Baguete até agora.
A empresa mineira de ERP não fez muito alarde do anúncio, o que é uma pena, porque a peça com Blitz Pilsen (assim como outras duas, sem cutuco em concorrentes) são bem mais engraçadas do que a média do marketing das empresas de tecnologia.
Veja o anúncio na íntegra:
Sankhya e SAP concorrem no Brasil no nicho de software de gestão para pequenas e médias empresas, no qual a multinacional alemã atua no Brasil desde 2005 com uma solução chamada Business One, ou B1, para os íntimos.
O fato da Sankhya decidir colocar a SAP na mira da sua campanha não deixa de ser um reconhecimento para a multinacional, porque nesse nicho em específico, talvez a empresa brasileira seja até maior do que a SAP no país.
A SAP não abre dados de faturamento específicos no Brasil, então não é possível fazer uma comparação definitiva. Mas a Sankhya tem mais tempo de mercado e uma base maior.
Fundada em 1989, a Sankhya tem 2 mil funcionários atendendo 20 mil clientes nos 26 estados do Brasil.
A empresa fechou 2020, último período divulgado, com um faturamento de R$ 200 milhões, o que representa um crescimento de 20% em relação a 2019.
A meta da Sankhya é atingir a marca de R$ 1 bilhão de faturamento até 2027 e ser “a empresa mais desejada do país quando o assunto é ERP”, visando um possível IPO.
No final de 2020, a empresa levantou R$ 425 milhões do fundo soberano de Singapura, no que foi um dos maiores aportes já feitos em uma empresa de sistemas de gestão no Brasil.
O B1 está no mercado nacional desde 2005, mas demorou um bom tempo para engrenar, uma vez que o nicho de ERP para pequenas no Brasil é dominado pela Totvs, com meia dúzia de outras empresas brasileiras fazendo uma concorrência sólida.
Em 2021, o B1 tinha 7,5 mil clientes no Brasil, o que é uma cifra respeitável em um universo de 70 mil clientes em todo o mundo.