
Propinas facilitaram contratos com governos. Foto: Depositphotos.
A SAP fechou um acordo para pagar uma multa de US$ 220 milhões e encerrar investigações sobre pagamento de propinas em troca de contratos pǘblicos fechados na África do Sul, Malawi, Quênia, Tanzânia, Gana, Indonésia e Azerbaijão.
As acusações vinham do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e da Comissão de Valores Imobiliários do país, além da promotoria da África do Sul.
O governo americano agiu usando o Foreign Corrupt Practices Act (FA), que permite ao país investigar casos de corrupção fora do país.
O caso veio à tona em 2017 e envolve a atuação de parceiros da multinacional nos países mencionados entre dezembro de 2014 e janeiro de 2022.
De acordo com as autoridades americanas, a SAP teria registrado as propinas como despesas legítimas de negócios, o que foi facilitado por controles financeiros inadequados de parceiros e subsidiárias da multinacional alemã.
Sem saber o volume total de contratos suspeitos de serem obtidos por meio de pagamento de propina, fica um pouco difícil de avaliar o peso da multa.
O fato sabido é que o valor ficou 40% abaixo do previsto para casos do tipo, uma decisão tomada pelo Departamento de Justiça em função da colaboração da SAP ao longo da investigação.
A SAP teve um lucro depois dos impostos de US$ 1,4 bilhão nos último trimestre fiscal, encerrado em setembro do ano ado.
A multinacional afirma que cortou relações com os responsáveis pelas propinas há cinco anos, e que desde então aumentou os controles financeiros e de compliance (curiosamente, uma das principais linhas de negócios da multinacional).
Esse é o segundo caso do tipo envolvendo a SAP, o que influenciou no peso da multa. Em 2016, a multinacional já tinha pago uma multa de US$ 3,9 milhões para a Comissão de Valores Imobiliários americana por um caso de corrupção no Panamá.