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Marcos Mazoni.
O Serpro, estatal federal de processamento de dados, entrou no rolo da Operação Lava-Jato, por meio da conexão de uma prestadora de serviços da empresa com o ex-secretário de comunicação do PT, André Vargas.
Segundo revelou o Correio Braziliense, a paranaense IT7, que entre 2010 e 2015 venceu licitações por um valor total de R$ 52,7 milhões na estatal, reou R$ 2,3 milhões para empresas de fachada operadas por Vargas, que fez carreira política no Paraná.
Um dos contratos investigado pelo MP é uma controversa implementação de um banco de dados Oracle Exadata no Serpro, no qual teriam sido tomadas medidas por parte da gestão da empresa para favorecer a IT7.
De acordo com relatório da Receita Federal, a IT7 tem entre seus principais clientes órgãos públicos e estatais, destacando a Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados, além de Celepar, CCEE, TJDF, Sefaz/PR e Companhia de Eletricidade do Acre.
Em 2013, a receita da empresa foi de R$ 77 milhões, sendo R$ 50 milhões apenas da Caixa.
O Serpro é presidido desde 2007 por Marcos Mazoni. O gaúcho, que chegou a presidir a estatal estadual de processamento de dados Procergs no Rio Grande do Sul entre 1999 e 2002, tornou-se uma figura de destaque nacional no cenário de TI ao assumir a Celepar, em 2003.
Entre 2003 e 2007, a Celepar fechou contratos de R$ 2,3 milhões com a IT7.
Em nota, o Serpro disse ao Correio Braziliense que a comissão interna e a Controladoria-Geral da União (CGU) não encontraram irregularidades no contrato de implantação do Exadata e que Mazoni só tem relações profissionais com a empresa.
Segundo o Baguete pode apurar com fontes do Serpro, a situação tem gerado rumores fortes de que os dias de Mazoni na estatal estariam contados.
Nesta quinta-feira, 16, o presidente da estatal falou com os funcionários por meio de vídeo-conferência. Mazoni não abordou a investigação da Lava Jato, se limitando a explicar as medidas de contenção de custos em curso na empresa.
Uma das mais impopulares é o fim da oferta de chá e leite nas repartições, que agora tem que se virar apenas com café.