
A Prefeitura de São Paulo fechou um contrato de R$ 138,9 milhões com a Neel Brasil para alugar, por três anos, 10.421 tablets para fiscais e profissionais de outras áreas.
Se o valor pago pela locação fosse aplicado à compra dos equipamentos, poderia adquirir cerca de 53 mil unidades do tablet mais caro do mercado.
Conforme notícia do Estadão, os aparelhos alugados serão entregues em cerca de 30 dias, e irão para agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e fiscais da Vigilância Sanitária, entre outros.
O contrato já foi homologado pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município (Prodam), mas, além do valor, também despertou questionamentos sobre a empresa vencedora do edital.
Fora da lei
O proprietário da Neel, Carlos Alberto Zafred Marcelino, é foragido da Justiça.
Ele é acusado de envolvimento na fraude da inspeção veicular denunciada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, além de ser sócio do consórcio que ganhou a licitação da inspeção naquele estado.
Segundo a Promotoria, há provas de que ele "participou ativamente da fraude à concorrência" direcionando o edital.
Marcelino também teria agido em conjunto com o lobista Alcides Fernandes Barbosa para impedir que a Controlar - cujo contrato de inspeção veicular em São Paulo também está sendo questionado na Justiça - particie da licitação no Rio Grande do Norte.
Devido às acusações, a Justiça do RN expediu mandado de prisão preventiva contra Marcelino, que ainda não apareceu.
Calculadora
No contrato, o aluguel de cada tablet saiu por quase R$ 14 mil para três anos.
A termo de comparação, o mais caro comercializado no Brasil, o iPad 2 com 64 GB de memória e conexão 3G, custa, de acordo com o site da Apple, mais de cinco vezes menos que isso: em torno de R$ 2,6 mil.
No edital vencido pela Neel, as especificações requerem entrada USB e sistema operacional Windows, o que só é encontrado em aparelhos mais baratos que os da Apple.
Impressoras
O contrato também envolve quatro mil impressoras portáteis, que serão usadas por agentes da CET, em um contrato de aluguel de R$ 74 milhões.
Há outras unidades, que serão entregues a órgãos como Secretaria Municipal de Saúde, de Parceria, de Esportes, de Assistência Social e à Prodam.
Ainda, a licitação inclui assistência técnica 24 horas e substituição dos equipamentos em caso de mau funcionamento ou quebra por acidente.
A matéria do Estadão pode ser conferida na íntegra pelo link abaixo.