
Richard Stallman
Richard Stallman, o pai do movimento software livre, acaba de anunciar seu mais novo inimigo: os smartphones. Em entrevista ao site NetworkWorld, dos Estados Unidos, o guru foi categórico.
“Não tenho e não levarei celulares comigo. O celulares são o sonho de Stalin, são miniaturas a serviço do Big Brother (do romance 1984 de George Orwell). Recuso-me a carregar nos bolsos um dispositivo espião que pode ser usado contra mim”, declarou.
O antídoto contra a ameaça à privacidade dos usuários, claro, seria o software livre.
No caso dos smartphones, a melhor solução, para o criador do projeto GNU, é o Android. Não o sistema operacional móvel do Google, embarcado em diversas grifes do mundo móvel, mas sim as versões baseadas no programa.
“Entre as versões modificadas do Android existe uma de nome Replicant, capaz de ser executada em aparelhos HTC Dream, sem softwares proprietários. Na Europa o sistema funciona perfeitamente”, diz Stallman.
Cárcere de bolso
Apesar de o sistema ser distribuído com licenças de software livre, os executáveis (os programas) que nele rodam, são protegidos e normalmente acompanham alguns modelos fornecidos por fabricantes diversos.
Tais programas não podem ser removidos e, se forem modificados, podem impedir o correto funcionamento do aparelho ou do aplicativo.
Stallman resume: “Se o fabricante pode inserir um programa no seu aparelho, mas o usuário não, o dispositivo não a de um cárcere”.
Em tese, diz Stallman, aparelhos munidos de software livre têm mais chances de se defender contra grampos. “Se tudo for livre, você pode se proteger, porque a espionagem é causada por um programa proprietário”.
Os trouxas do Chrome
Nos seus quase 30 anos de ativismo tecnológico, Stallman já atiçou diversas brigas.
Recentemente, em dezembro do ano ado, em entrevista ao jornal britânico The Guardian, declarou que os usuários do Chrome OS (sistema operacional livre do Google para netbooks) eram “trouxas”, e que o Google estaria levando os usuários para a computação descuidada.
Em junho de 2009, na sua agem pelo fisl10, em Porto Alegre, Stallman declarou que o Google Docs era do mal, e pregou que ninguém deveria sequer tocar num Play Station.
Um ano antes, em setembro de 2008, a cloud computing, tendência que ganhou força no meio corporativo e entre usuários domésticos nos últimos três anos, foi chamada de burrice pelo programador.