
Cosentino vai apresentar sobre saúde no Universo Totvs. Foto: Divulgação
A Totvs parece estar tramando alguma investida mais significativa na área de saúde, uma vertical que parecia algo esquecida pela empresa nos últimos anos.
Pelo menos, é o que dá para deduzir de algumas movimentações da companhia nos últimos dias.
Na semana ada, a Totvs divulgou que Laércio Cosentino, fundador e presidente do conselho de istração da empresa, vai mediar um focado na área de saúde durante o Universo Totvs, marcado para o dia 28 de junho em São Paulo.
O é o único no qual Cosentino participa e tem como título “Inteligência Artificial no entendimento da saúde humana”. Além de IA, também devem entrar na pauta a criação de dados, metadados e blockchain.
Participam do David Schlesinger, médico neurologista e PhD em genética humana e cofundador e CEO da Mendelics, um laboratório de ponta, e Gustavo Paro, um ex-executivo da Microsoft e Dell que comandou as operações da empresa de blockchain R3 no Brasil e na América Latina.
Cosentino deixou o comando da Totvs em 2018 e desde então tem ficado mais nos bastidores da empresa.
As aparições públicas do empresário nos últimos tempos foram mais focadas no seu fundo de investimentos, e, durante a eleição, no apoio à candidatura de Simone Tebet (MDB).
Mas, em que pese o sucesso do novo CEO, Dennis Herszkowicz, Consentino ainda é a “cara” da Totvs, e o tema do único mediado por ele no Universo Totvs sem dúvida deve estar nas prioridades.
O não é a única movimentação chamativa. Nesta semana, Herszkowicz e Cosentino estiveram juntos em um jantar oferecido para clientes do setor, no qual participaram Marcio Pizzato, presidente do conselho da Unimed Porto Alegre, e Antônio Britto,diretor da Associação Nacional de Hospitais Privados (é aquele Britto mesmo, governador do Rio Grande do Sul entre 1995 e 1999).
O tema? “O que podemos esperar sobre o futuro do uso de dados na saúde”, segundo explicou Herszkowicz em um post no Linkedin.
A Totvs atua em 12 verticais de mercado, totalizando 70 mil clientes, dos quais 650 ficam na área de saúde, incluindo hospitais e clínicas.
Os maiores clientes nessa base são oriundos da compra da Datasul, um negócio fechado lá em 2008.
Nos anos seguintes, a Totvs levou ainda as chamadas “franquias de desenvolvimento” da Datasul, comprando empresas como Gens e Seventeen em 2011.
Vale lembrar que a Datasul sempre teve uma atuação significativa na área de saúde, tendo ela mesma comprado algumas empresas no setor ao longo dos anos.
Depois, em 2013, a Totvs anunciou um acordo com Intel, Microsoft e Sociedade Albert Einstein para criar soluções para processos de governança, padronização de procedimentos e atendimento a pacientes.
No meio tempo, já ou uma década. A Totvs ou por alguns anos mais complicados, durante uma transição para um modelo voltado para o de venda de software como serviço e teve uma troca no comando, o que não é fácil numa empresa desse porte.
De uns anos para cá, a Totvs tem de novo resultados positivos, e vem fechando grandes movimentações, como a criação de um braço fintech ou a compra da RD Station (pela qual a companhia pagou quase o triplo do que gastou no seu momento com a Datasul).
O nicho da saúde também mudou. A quantidade de startups brasileiras da área de saúde cresceu 118% em apenas dois anos, ando de 248 em 2018 para 542 em 2020, de acordo com o relatório “Distrito HealthTech Report 2020”.
Também nesta semana, a MV, empresa que é líder em sistemas de gestão para saúde no Brasil, anunciou um grande acordo com a AWS, focado justamente em uso de IA na área da saúde. De acordo com a MV, é o primeiro do tipo fechado por uma healtech com a AWS na América Latina.
O que será que a Totvs tem na manga?