
Meredith Perry, 25 anos, CEO da uBeam. Foto: Reprodução/YouTube.
A uBeam está desenvolvendo uma maneira de carregar eletrônicos portáteis de forma wireless usando ultra-som. Para fazer isso, a empresa criou uma tecnologia que pode carregar eletricidade, convertê-la em som e enviar o áudio através do ar como ultra-som. Em seguida, um receptor ligado a um dispositivo eletrônico portátil capta o som e converte-o de volta em eletricidade.
A empresa anunciou na quarta-feira, 6, que transformou o protótipo desta tecnologia, desenvolvido pela primeira vez para uma competição de inovação da faculdade da CEO da uBeam, Meredith Perry, em um protótipo totalmente funcional que a empresa agora planeja construir para os consumidores.
Meredith Perry, 25 anos, estudou astrobiologia na Universidade da Pensilvânia.
"Este é o único sistema de energia sem fio que permite que você esteja no seu telefone e se movendo livremente em uma sala ao mesmo tempo em que carrega o aparelho. Isso permite uma experiência de carregamento como o wi-fi, só é necessário estar em uma faixa que o transmissor alcance”, explica Perry, em entrevista divulgada pelo New York Times.
As estações de carregamento da uBeam serão finas, medindo não mais do que 5 milímetros de espessura.
Smartphones e laptops podem ser equipados com receptores finos capazes de converter o áudio e carregar os dispositivos.
A tecnologia pode também trazer mudanças significativas na forma como os dispositivos são projetados. Gadgets que funcionam com uBeam poderiam ter baterias mais finas e ser constantemente carregados.
"Se a energia sem fio estiver em todo lugar, então o tamanho de sua bateria pode diminuir porque estará sempre se recarregando. Você nunca vai precisar de um cabo novo, e você não vai precisar de adaptadores de carga internacionais”, relata Perry.
Os produtos da uBeam estarão nas prateleiras das lojas nos próximos dois anos, disse a empresa.
Perry disse que a companhia planeja fazer dois produtos diferentes de carga em primeiro lugar. Um será construído para salas menores, como casas e escritórios, e os outros serão maiores, pensando em estádios, aeroportos, hotéis e salas de conferência.
As capacidades de carga uBeam têm algumas limitações graves, incluindo a incapacidade dos transmissores de energia para transmitir através das paredes.
Isso significa que, ao contrário de hotspots Wi-Fi, onde um único dispositivo pode transmitir internet para uma casa inteira ou pequeno escritório, os usuários uBeam teriam que comprar transmissores para cada quarto.
Há também a questão da adoção. A tecnologia de carregamento de bateria sem fio de curto alcance está por aí há anos, mas as pessoas têm sido lentas para adicioná-la à sua casa ou escritório.
A uBeam diz que vai mudar esse cenário porque a sua tecnologia pode transmitir energia para distâncias maiores e porque a empresa espera ter os transmissores em muitos lugares que as pessoas visitam.
"Nós iremos vender diretamente aos consumidores e também para cadeias de restaurantes e hotéis - vamos saturar o mercado com transmissores uBeam. Além de sua cafeteria local dizer que tem Wi-Fi gratuito, ela também vai anunciar que tem uBeam livre", espera Perry.