Pulseira tem dois eletrodos, um na parte interna e outro na externa. Foto: Divulgação.
A impressão digital, o reconhecimento facial e a análise da íris são as formas mais conhecidas de identificação biométrica. A frequência do batimento cardíaco também pode ser usada com essa finalidade, e a startup canadense Bionym desenvolveu uma pulseira capaz de realizar um eletrocardiograma (ECG) que serve para identificar seu usuário, segundo o Mobile Time.
A ideia é que essa pulseira, batizada de Nymi, substitua a utilização de senhas em smartphones, tablets, computadores, carros e até terminais de pagamento e caixas eletrônicos.
"A vantagem da autenticação via ECG é que ele não deixa rastros, como a impressão digital. E a frequência cardíaca não pode ser capturada a distância, ao contrário de um rosto ou mesmo da íris, afinal, é um sinal interno. Além disso, é preciso que a pessoa esteja viva", compara Andrew D'Souza, CEO da Byonim, em entrevista ao Mobile Time.
A pulseira vem com dois eletrodos, um na parte interna e outro na parte externa. Com o equipamento no pulso, o usuário deve colocar o dedo indicador da outra mão sobre o eletrodo externo, para fechar um circuito e permitir a leitura do seu batimento cardíaco naquele momento.
A partir daí, a Nymi a a enviar sua identidade continuamente por meio de Bluetooth Low Energy (BLE) para os aparelhos ao redor, o que permite a autenticação via proximidade. Como a autenticação é contínua, o portador permanece identificável enquanto estiver usando a pulseira.
Assim, não é preciso botar o dedo indicador no sensor toda vez que quiser se identificar.
Em outros métodos de biometria é preciso fazer a leitura a cada autenticação, e em muitos casos mais de uma vez, pois nem sempre os sensores capturam os dados corretamente na primeira leitura.
A Nymi é resistente a água e sua bateria dura cerca de uma semana. A recarga é feita via USB.
A Nymi possui também um sensor de movimento. Isso permite que sejam criados comandos com gestos associados à autenticação por ECG.
Por exemplo, o porta-malas do carro do usuário poderia ser aberto quando ele chegasse perto e fizesse um determinado gesto com o pulso. Se outra pessoa fizesse o mesmo gesto perto do carro, nada aconteceria, pois não haveria autenticação, mesmo que ela também usasse uma Nymi.
As primeiras aplicações a serem disponibilizadas comercialmente junto com o lançamento do produto serão o desbloqueio de smartphones, tablets, computadores de mesa e laptops dos sistemas operacionais Android, iOS, Mac OS e Windows.
Paralelamente, a empresa está conversando com fabricantes de carros e bancos para a realização de provas de conceito.
Além disso, até o fim de julho será disponibilizado gratuitamente um SDK para desenvolvedores. Segundo o executivo, mais de 7 mil desenvolvedores se cadastraram no site da Bionym interessados em receber o SDK.
A Nymi será lançada comercialmente até o final do ano. Por enquanto, está disponível para pré-venda ao preço de US$ 79. Para distribuição internacional é cobrada uma taxa adicional de US$ 10. Até o momento foram vendidas cerca de 10 mil unidades, incluindo 100 para brasileiros.