
Dados são da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box. Foto: Pexels.
As crianças brasileiras estão ganhando um smartphone próprio cada vez mais jovens. É o que revela a nova edição da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre o tema.
Na edição de 2018 do estudo, 23% das crianças entre quatro e seis anos tinham smartphone próprio. Em um ano, a proporção aumentou para 30%.
Já o percentual de crianças nesta faixa etária que não am nenhum smartphone, nem o dos pais, caiu de 16% para 10%.
O principal uso é o o à internet. Na faixa entre 4 e 6 anos, apenas 41% das crianças com smartphones têm linha para ligações.
Esse percentual sobe para 69% no grupo de 7 a 9 anos e chega a 80% naquele entre 10 e 12 anos.
Considerando a média de 0 a 12 anos, o smartphone próprio é mais comum entre os meninos (44%) do que entre as meninas (39%).
No total, 83% das crianças brasileiras de 0 a 12 anos am um smartphone, seja próprio ou emprestado dos responsáveis.
O desejo pelo smartphone começa cedo. De acordo com a pesquisa, 40% das crianças de até três anos de idade já pediram um celular.
O percentual cresce gradativamente, chegando a 96% entre as crianças de 10 a 12 anos.
A média de horas por dia na frente do smartphone é alta e aumenta conforme a idade da criança.
Na faixa entre 10 e 12 anos, por exemplo, 32% das crianças usam o aparelho por quatro horas ou mais por dia.
A pesquisa foi feita nos dias 21 e 25 de setembro com 1.580 brasileiros que am a Internet, possuem smartphone e são pais de crianças de 0 e 12 anos.
O grau de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS
Diversos estudos condenam o uso excessivo de tecnologia pelas crianças, que pode trazer consequências para o desenvolvimento cognitivo e social e para a saúde.
Os prejuízos são muitos. Entre eles, estariam perdas na qualidade do sono e da alimentação, isolamento social, falta autoconfiança e notas baixa na escola. Além disso, as crianças falariam menos sobre seus problemas com os pais.
No entanto, os smartphones são muito recentes e não é possível saber ao certo os resultados a longo prazo.
Portanto, a recomendação dos especialistas é impor limites de horário para o uso desses aparelhos, sempre assegurando que o conteúdo seja adequado à idade - como seria feito com a televisão.