
Nelson Campelo.
A Ustore, startup pernambucana especializada em armazenamento de grandes volumes de dados desestruturados, acaba de um termo de compromisso com a RNP e Telebras para desenvolver uma solução para a distribuição e armazenamento de conteúdo de propósito geral.
O projeto prevê inicialmente a construção de solução que atenda às necessidades do sistema educacional brasileiro, garantindo a qualidade no o a conteúdo educativo, cultural, profissionalizante e recreativo, além de apoio à gestão istrativa.
“O objetivo é disponibilizar conteúdos dos acervos dos Ministérios da Educação e da Cultura e promover a conectividade das escolas, levando esses conteúdos aos alunos”, explica o presidente da Telebras, Jorge Bittar, que, junto com o seu correspondente da RNP, Nelson Simões, assinou o documento durante a Futurecom.
Baseada no Porto Digital, a Ustore foi criada em 2007 por um doutorado em Segurança de Sistemas na Universidade Federal de Pernambuco como um player nacional focado em fornecer software para istrar storage na nuvem.
Com esse foco, a empresa faturou R$ 1,8 milhão em 2013 e esperava fechar o ano ado com R$ 5 milhões.
No meio do caminho, no entanto, uma mudança de posicionamento do governo brasileiro sobre armazenagem de dados abriu um mercado potencial enorme para a companhia.
Em novembro de 2013, como uma resposta às denúncias de espionagem pela NSA, a presidente Dilma Rousseff assinou uma portaria determinando que os dados do governo brasileiro sejam armazenados no país, em redes auditadas pela istração.
Especialistas da Ustore foram ouvidos nas discussões sobre o assunto. A empresa fechou um grande contrato para fornecimento de software para o novo data center do Exército Brasileiro e complementou sua oferta com uma solução de Open Stack, um software de e-mail baseado em Zimbra e uma de comunicação baseada em Telegram.
Ou seja, a Ustore pivotou seu modelo de negócio (para usar o termo da moda) e se transformou na fornecedora de software para armazenamento, redes definidas por software e serviços de comunicação que o governo precisa para tentar fugir dos arapongas americanos.
Com time formado por técnicos (dos 35 funcionários, sete são PhDs) a companhia agora tem como CEO e investidor Nelson Campelo, que além de ter liderado a Avaya, foi também Head Business Solutions para América Latina da Nokia Siemens Networks.
Além de Campelo, a empresa também contratou Fabiana Falcone para assumir sua área comercial. Fabiana trabalhou com Campelo na Avaya como gerente de contas sênior e acumula agens pelas áreas de vendas de empresas como ZTE, Cisco, Huawei e Nortel.
Apesar do nome, termos de compromisso não comprometem os participantes a grandes coisas. De qualquer maneira, um acordo em alto nível como o assinado nesta semana mostra que a Ustore está acumulando contatos e influência nos lugares corretos.