V.tal terá data center em Porto Alegre 5e2i3n

A V.tal, empresa de rede neutra de fibra óptica oriunda da Oi, comprou um imóvel em Porto Alegre para instalar um data center com capacidade de 4 MW.

A empresa não revela onde fica, de quem era, qual é o tamanho ou quanto custou o imóvel, parte da estratégia de fazer segredo de tudo comum no nicho de grandes centros de dados. 

Também não há detalhes sobre quando será a inauguração.

A capacidade de consumo de energia, medido em megawatts, vem se tornando a informação padrão a partir da qual se deve deduzir o tamanho total da estrutura. 

1 MW é energia suficiente para abastecer 700 casas. Outro data center de 4 MW da V.tal, em Fortaleza, tem 400 racks. 

A estrutura da V.tal será respeitável. A título de comparação, a Elea Digital comprou recentemente um data center da TIM também em Porto Alegre, com 1,5 MW de potência.

A meta é chegar a 3 MW ou 4 MW já no próximo ano e, depois, crescer conforme a necessidade até 7 WM, o que tornaria ele o maior da região Sul.

O centro de dados da V.tal em Porto Alegre, assim como os já localizados em Fortaleza e no Rio de Janeiro, no Brasil e em Barranquilla, na Colômbia são conhecidos como “edge data centers”.

Ao contrário de um data center convencional, que serve para armazenar dados ou sistemas, um edge data center atande necessidades específicas de operadoras, provedores e OTTs, para os quais deixar seus conteúdos mais próximos fisicamente do usuário final (daí o chavão “edge”, ou “computação de borda”) é uma vantagem competitiva, porque assim se reduz o tempo para o, o que é chamado de “latência”.

“A V.tal considera que a demanda por internet de alta velocidade e novas aplicações em tempo real no sul do Brasil e nos países fronteiriços deve aumentar exponencialmente nos próximos anos, principalmente com a chegada do 5G e de novas tecnologias como Internet das Coisas, Realidades Aumentada e Virtual e Metaverso”, explica Bento Louro, vice-presidente de Wholesale da V.tal.

Além do centro a ser construído em Porto Alegre, a V.tal está construindo novas estruturas em Fortaleza e Barranquilla, cidades chaves por estarem em pontos de entrada dos cabos intercontinentais que garantem o tráfego de dados da Internet.

O novo centro cearense já tem 90% de suas obras de engenharia concluídas e está sendo construído junto à sua estação de chegada de cabos submarinos na Praia do Futuro, deve ser inaugurado em janeiro de 2023. 

As obras de alvenaria do “Projeto Big Lobster”, como o novo edge data center é chamado internamente, estão recebendo acabamento, pintura e instalação das últimas áreas envidraçadas. 

O mobiliário e também os racks que arão a operação já estão a caminho de Fortaleza, e os equipamentos de infraestrutura que já foram instalados, como ar-condicionado, geradores de energia e outros, começam a ser testados.

Quando finalizado o parque totalizará mais de 7 mil m² de área construída, capacidade superior a 5MW e mais de 600 posições de racks.

O local de chegada dos cabos, conhecido como CLS, já opera desde 2002 e é fundamental para toda a internet brasileira.

Nela encontra-se o PIX, o ponto de interconexão central no IXP (ponto de troca de tráfego) localizado em Fortaleza, que proporciona a ligação direta entre provedores, permitindo que muitos Sistemas Autônomos (AS) troquem tráfego diretamente.

A interligação de diversos AS em um IX, ou Ponto de Troca de Tráfego (PTT), simplifica o trânsito da Internet e diminui o número de redes até um determinado destino.

CAPITAL

A V.tal tem dinheiro para gastar. Em novembro, a empresa recebeu um aporte de R$ 2,5 bilhões da P Investments, gestora de investimentos do plano de pensões do Canadá.

Com o investimento, o fundo poderá indicar um membro do conselho de istração da companhia. Hoje, fundos como o P têm 65,9% da V.tal. Os outros 34,1% são detidos pela operadora Oi.

Inicialmente chamada de InfraCo, a V.tal foi a primeira empresa no país a lançar o modelo de rede neutra de fibra óptica fim a fim e cresce a uma velocidade de aproximadamente 500 mil novos domicílios por mês.

Detentora da maior infraestrutura do país, hoje a companhia tem cerca de 430 mil km de fibra óptica, chegando a 2,3 mil cidades e 19 milhões de residências. 

Até 2025, o plano é chegar a 32 milhões de casas adas disponíveis para contratação em todos os estados.