
Gerson Rolim.
Começou a operar a Vecto Mobile, uma operadora móvel virtual (MVNO, na sigla em inglês) focada nos mercados de Internet das Coisas (IoT) e máquina-a-máquina (M2M).
A nova MVNO utilizará principalmente a rede da Algar Telecom, mas operando com outras operadoras, provedores de conexão por satélite e particulares (como bluetooth, Wi-Fi, Sigfox e LoRa) quando não houver rede da parceira.
A capacidade técnica para atender clientes corporativos pelo lado de telecomunicações é a aposta da Vecto para entrar no crescente mercado de IoT e M2M, no qual também disputam integradores de sistemas, empresas de automação industrial e as próprias operadoras.
“Para as operadoras, um cliente com 1 mil ou 10 mil SIM Cards não é nada. Eles não sabem atender esse público”, resume o CIO da operadora, Gerson Rolim, fazendo menção aos chips com os quais objetivos podem ser conectados a uma rede.
Rolim é diretor há 10 anos da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico e tem agem por empresas como Brisa, Oracle e Microsoft.
O CEO da empresa é Nicolás Barrera, um executivo que foi CEO da Convey Communications, especializada em SMS corporativo, para a América Latina, além de ter agens pela Unipayment e outras empresas focadas em mobilidade.
As metas da Vecto são ousadas: fechar o ano com 100 mil SIM Cards multioperadora instalados, para atingir no ano que vem 500 mil. Caso cumprida, a meta colocaria a empresa entre os cinco maiores players do segmento.
As quatro primeiras colocações são ocupadas pelas operadoras de telecomunicações, entre as quais a Oi tem a menor base de SIM Cards, com 1,3 milhão.
Um dos maiores públicos das operadoras são as máquinas de POS. A Vecto têm ambições mais amplas, ando por áreas como agronegócio, cidades inteligência, gerenciamento de ativos e outros.
A empresa já tem alguns parceiros como Trackage para o rastreamento de malas e bagagens; com a Lockers e a Inpost, para rastrear entrega de mercadorias em pontos de coleta (como um armário ou uma loja em determinado local); com a Enalta, para rastreamento de tratores e colheitadeiras; e a Hana Micron, com cabeças de gado conectadas no Mato Grosso do Sul.
Pelo lado de sistemas, a empresa está conversando com parceiros da Microsoft e da AWS para soluções focadas em computação em nuvem. Um acordo já foi fechado com a AgrusData, especializada em machine learning para agricultura.
A Vecto é uma inovação no mercado de MVNOs no Brasil, que começou a decolar para valer no ano ado.
Até agora, a maioria das empresas focava no público consumidor final, comprando conectividade para revender em nichos como torcedores do Corinthians, fiéis da Igreja Universal ou pessoas das classes C e D.
O agito não é à toa: segundo o 5G Americas, o mercado global de MVNO faturará entre U$ 70 bilhões e 90 bilhões em 2023.
Atualmente, o alcance das linhas MVNO é de menos de 1% no Brasil. Na Colômbia, que lidera o segmento na América Latina, o índice fica em 6%.