
Dilma visitou o interior da fábrica da HT Micron. Foto: divulgação/presidência.
A presidente Dilma Russeff inaugurou a fábrica de microcondutores da HT Micron em São Leopoldo, neste sábado, 07, afirmando que a operação representa os primeiros os de um “Vale do Silício brasileiro”.
"Como uma alusão ao Vale do Silício, eu escutei aqui pessoas chamando a região de vale do Sul-lício", disse Dilma. A presidente reconheceu que o trocadilho não era lá essas coisas, mas que servia para “não esquecer que aqui nós podemos, de fato, estar estruturando um Vale do Silício brasileiro”.
A fábrica de 10 mil metros quadrados do consórcio brasileiro coreano, que contou com investimento de R$ 110 milhões e está localizada ao lado do campus da Unisinos, é a iniciativa que deu mais certo da política do governo para o setor de semicondudores, iniciada ainda pelo presidente Lula.
O governo apoiou em peso o projeto.
O BNDES emprestou o equivalente a 90% dos R$ 55 milhões investidos na unidade, enquanto a Finep aportou R$ 35 milhões para o desenvolvimento dos processos.
A empresa também foi enquadrada no Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Indústria de Semicondutores (Padis), que garante ao setor isenção de impostos e contribuições sobre máquinas e equipamentos.
Em seu discurso, Dilma lembrou do Ceitec, centro estatal de produção de chips instalado em Porto Alegre, com o qual esteve envolvida durante o seu período na Casa Civil, que, de acordo com a presidente, desencadeou um processo “extremamente virtuoso” do qual a abertura da operação da HT Micron é um “novo patamar”.
A meta da HT é chegar a capacidade máxima de 360 milhões de chips/ano, com o qual poderia atender a cerca de 25% da demanda nacional por estes produtos – um mercado que movimenta cerca de US$ 25 bilhões no país.
Já a história do Ceitec é um pouco mais complicada. O centro, que já recebeu R$ 600 milhões em investimentos desde 2000, faz o design de alguns chips, mas ainda somente de maneira terceirizada com a alemã X-Fab.
No começo do ano ado circularam rumores sobre a possibilidade de privatizar a empresa, o que havia sido defendido pelo alemão Eduard Weichselbaumer, um executivo de mercado trazido para liderar a estatal ainda em 2009.
A movimentação não chegou a acontecer, o Ministério da Ciência e Tecnologia veio a público defender a manutenção da condição estatal da empresa e começou a se falar em agosto do ano ado sobre a contratação de uma consultoria especializada para por as operação nos eixos. Desde então, não se ouviu mais sobre o assunto.
Existe ainda um terceiro projeto ligado à área de semicondutores: a SIX, que na origem tinha entre seus sócios o empresário Eike Batista. Depois da queda do império X, Eike vendeu sua participação para um grupo argentino no começo de 2013.
Com a saída de Batista. a construção da fábrica em Minas Gerais, um projeto de R$ 1 bilhão, também com pesada participação do BNDES, acabou atrasando e agora está prevista para 2015.