
Susana Kakuta, CEO do Tecnosinos.
A aceleradora Ventiur, de Porto Alegre, fechou um acordo com o Tecnosinos, parque tecnológico da Unisinos para transferir suas operações e atuar em conjunto com a universidade de São Leopoldo, na região metropolitana da capital gaúcha.
Pelo acordo, a Ventiur terá uma área de aceleração, onde suas startups terão os benefícios de estar no parque tecnológico, e fará, junto com o Tecnosinos, programas de pré-aceleração.
A ideia é atrair para a Unitec, incubadora da Unisinos, empresas que possam receber investimentos e, ao mesmo tempo, usufruir de benefícios de uma aceleradora.
Está previsto também um escritório de projetos de captação de recursos e inovação para as empresas do parque.
“Considero uma relação de ganha-ganha, pois todos crescem: o Tecnosinos, a aceleradora e os futuros empresários. Apostamos nessa iniciativa”, garante a CEO do Tecnosinos, Susana Kakuta.
As duas partes já se conheciam. Sandro Cortezia, um dos sócios e executivo encarregado de operar a Ventiur, foi diretor do Polo de Informática de São Leopoldo, associação que reúne parte das empresas instaladas no parque tecnológico, entre 2008 e 2010.
No começo do ano ado, a Unisinos anunciou o começo da construção de um novo prédio para o Unitec, com investimento de R$ 2,5 milhões e capacidade para 37 startups. Na época, 10 empresas já estavam na fila, em uma espécie de pré-incubação.
O acordo do Tecnosinos com a Ventuir é parte de um movimento geral de parques tecnológicos e outros atores ligados ao cenário de empreendedorismo para manterem a sua relevância em um cenário em mutação.
No último ano, começaram a se consolidar no país as chamadas aceleradoras, empreendimentos que reúnem investidores em busca de empresas em estágio nascente para investir.
A promessa de capital torna as aceleradoras um competidor potencial com as incubadoras dos parques tecnológicos na busca por novos empreendimentos, uma vez que as incubadoras tradicionalmente se focavam em oferecer espaço físico, consultoria e o programas de financiamento do governo.
Hoje, uma das principais iniciativas de fomento a startups do governo federal, o Startup Brasil, concede verbas de até R$ 200 mil para startups por intermédio de aceleradoras (a Ventiur é uma das 12 operadoras em todo o país da iniciativa, que tem meta colocar até 2015 cerca de R$ 60 milhões em 300 novas empresas).
A PUC-RS, dona do principal parque tecnológico do Rio Grande do Sul, o Tecnpuc, lançou no ano ado o Programa de Aceleração de Empreendimentos (Proa), uma ação que une a Universidade e mais de 30 empresários com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e com a CRP Participações.
Já o Sebrae-RS iniciará em dezembro um programa voltado para startups digitais. O Startup RS terá 20 vagas também funcionará como um momento de pré-aceleração.
Os planos da Ventiur, no entanto, não se limitam ao acordo com a Unisinos. No final do ano ado, a empresa anunciou a meta de ter unidades de apoio junto aos principais parques tecnológicos até 2016.
A aceleradora foi a pioneira desse mercado no Rio Grande do Sul, abrindo as portas no começo de 2012, quando 12 empresários fizeram um aporte de R$ 600 mil na empresa, com o plano de investir R$ 9 milhões em negócios inovadores até o final de 2015.
Participam do grupo empresários gaúchos como Fabio Defferrari (Defferrari), Fábio Furtado Ramos (Grupo Ciberbras) e Márcio Coelho (Brivia).
A eles se agregaram outro grupo de 21 sócios-investidores, dentre os quais diversos nomes de destaque no cenário empreendedor do país, como Luis Fichman (CEO da Readers Digest), Marco Stefanini, Fábio Ramos (Axur/Ciberbras), Robinson Klein (Cigam), Régis Haubert (Exatron), entre outros.